O país ganhou 2,6 milhões de novos desempregados no primeiro ano de governo Temer. É uma alta de 23,1% com relação ao número de desempregados observado no trimestre imediatamente anterior à sua posse como presidente interino. De acordo o IBGE, mais de 14 milhões de pessoas procuraram emprego entre fevereiro e abril de 2017. No mesmo período do ano anterior, eram 11,411 milhões.

Não deu

Quando assumiu, em seu discurso, Temer defendeu as reformas e parcerias público-privadas e colocou a geração de empregos como um dos focos de sua gestão. De acordo com os dados do IBGE, porém, não houve melhora no mercado de trabalho. No trimestre encerrado em abril, o número de trabalhadores com carteira assinada, por exemplo, foi o mais baixo desde o início da pesquisa: 33,286 milhões.

Não deu mesmo

Os empregados com carteira representam hoje 37% da força de trabalho no país – em 2014, chegaram a responder por 40%. Durante o primeiro ano de Temer, houve aumento apenas no número de trabalhadores privados sem carteira (3,1%, ou 306 mil pessoas) e de empregadores (10,6%, ou 385 mil pessoas). Nenhum dos dois, porém, foi suficiente para conter a queda do número de carteiras assinadas.

Vai trabalhar

Ao todo, 1,242 milhão de pessoas deixaram de ter a carteira assinada desde o trimestre encerrado em abril de 2016. As vagas formais são as com mais qualidade por garantirem às famílias benefícios como planos de saúde, diz Cimar Azeredo, o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Por isso, diz ele, a perda de vagas com carteira tem grande impacto na taxa de desemprego, já que obriga outros membros da família a buscar emprego também. Cada pessoa que perde o trabalho com carteira joga duas ou três na desocupação.

E vai ganhar de quem?

Pelo sétimo ano seguido, o Brasil perdeu posições no ranking mundial de competitividade e, agora, só está à frente de Mongólia e Venezuela na lista de 63 países analisados pelo IMD (International Institute for Management Development) em parceria com a Fundação Dom Cabral. O país aparece no 61º lugar. No ano passado, ocupava a 57ª colocação.

Tá piorando
A queda traduziu-se em piora de indicadores de desempenho econômico, infraestrutura e eficiência do governo, mas também na percepção menos favorável que os investidores têm do país, afirma Carlos Arruda, professor da Fundação Dom Cabral, responsável pela captação e avaliação dos dados brasileiros para o estudo, divulgado na quarta-feira (31).

Imagina se tivesse capturado tudo

Para ele, foi uma surpresa o país ter caído tanto entre 2016 e 2017, principalmente porque o estudo não capturou as recentes turbulências políticas que colocaram em xeque a aprovação da reforma da Previdência e das mudanças na legislação trabalhista, consideradas essenciais para equilibrar as contas do governo.

Forças ocultas

O novamente deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), exonerado do cargo de ministro da Justiça, escreveu uma carta de despedida na qual afirma que o presidente Michel Temer “sofreu pressões de trôpegos estrategistas”. O agora ex-ministro não detalha a origem e o objetivo dessas pressões, agradece ao presidente e elogia seu substituto à frente do Ministério da Justiça, Torquato Jardim, citando-o como “ilustre jurista”. Então tá…

Pode complicar geral
Com a volta de Serraglio à Câmara, a consequência é a saída definitiva do deputado afastado Rodrigo Rocha Loures, aquele amigo de Temer, filmado pela Polícia Federal, correndo com uma mala de dinheiro e, por isso, é alvo de inquérito no STF em razão da delação da JBS. Ele perde o foro privilegiado e já acena com delação premiada, que pode comprometer o presidente ainda mais na Lava Jato.