O governador Camilo Santana (PT) comemora a vitória com o maior índice de votos válidos dos últimos 29 anos no Ceará, mas, ao término da apuração, não escondeu o semblante de tristeza com a derrota do presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB), que tentava a reeleição. Eunício perdeu a vaga para o candidato do PROS, Eduardo Girão, que recebeu 1.325.532 – 17,09% dos votos válidos. O emedebista somou 16,93% dos votos válidos (1.313.386 votos). A diferença foi de apenas 12.146 votos. Em primeiro lugar, ficou Cid Gomes (PDT), com 41,61% dos votos válidos (3.227.824 votos).
A aliança entre Camilo e Eunício, construída a partir de meados do ano passado, abriu espaços para o Estado do Ceará receber obras e destravar a liberação de recursos do Governo Federal, mas encontrou resistência entre lideranças do PDT. Camilo garantiu muitas verbas, Eunício ficou animado com a possibilidade de reeleição, mas, na corrida eleitoral, foi atropelado pelo jovem Eduardo Girão que disputou, pela primeira vez, uma eleição.
Sem o aval do presidenciável Ciro Gomes, a aliança entre Camilo e Eunício sofreu abalos. Dentro do PDT, prefeitos e candidatos à Assembleia Legislativa e Câmara Federal deram eco à voz de Ciro Gomes e rejeitaram qualquer aproximação com Eunício Oliveira. Mensagens transmitidas por prefeitos mais próximos ao pedetista tinham pedidos de votos para Camilo e Cid e ignoravam a candidatura do presidente do Senado Federal.
Com as dificuldades para convencer os aliados mais fiéis a Ciro Gomes, como o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), Camilo se esforçou para ampliar a base de apoio a Eunício mobilizando prefeitos e deputados estaduais que o seguem, mas o esforço foi em vão. A derrota de Eunício nas urnas é uma derrota de Camilo e uma vitória para o ex-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes.