Moradores de cidades da Grande Fortaleza e do Interior do Estado, atingidos nos últimos dias pelos grupos criminosos, começam esta segunda-feira, 7, com expectativa sobre um cotidiano de normalidade.  

O estado vive, há seis dias, uma onda de ataques contra veículos, órgãos públicos, agências bancárias, estabelecimentos comerciais e equipamentos de segurança.

Os atentados, organizados por facções criminosas, com forte atuação dentro dos presídios, seriam uma represália ao anúncio do governo estadual de medidas para endurecer as regras no sistema carcerário estadual.

As ações criminosas diminuíram de forma brusca após a chegada da Força Nacional. São 300 homens nas ruas e avenidas da Capital e no trabalho de inteligência que tem impacto no Interior do Estado. Outros 20 agentes da Polícia Federal se integraram, desde a última quinta-feira, aos trabalhos de investigação sobre o crime organizado. 

O Governo do Estado esperava, para esse domingo, um novo reforço de policiais federais. Uma das medidas adotadas pelo Governo Estadual foi a transferência, na tarde desse domingo, de supostos líderes das facções criminosas para penitenciárias federais.

O Ministério da Justiça teria disponibilizado 60 vagas para líderes das facções que se encontram em presídios do Ceará. Uma das iniciativas, como tentativa para inibir novos ataques, partiu da Secretaria de Segurança Pública que montou, na Grande Fortaleza, barreiras policiais, com blitz, busca de armas e combustíveis usados pelos bandidos para incendiar bens públicos e particulares.

Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária do Ceará, um preso já foi transferido e outros 19 estão sendo embarcados nas próximas horas, totalizando 20 transferências de forma imediata.

Dentro da expectativa da população para a vida voltar ao normal, está o funcionamento do sistema de transporte coletivo de passageiros. Os ônibus começaram a circular, na manhã desta segunda, escoltados com policiais militares.

Situação carcerária no Estado

A população carcerária do estado ultrapassa os 29,5 mil detentos, incluindo presos provisórios e aqueles dos regimes semiaberto e fechado.

O número total de vagas, no entanto, é de pouco mais de 13 mil, somando todas as unidades prisionais do estado, uma superlotação de quase 60% da capacidade, segundo os dados mais recentes do governo do estado.

Em varredura nos presídios do estado nos últimos dias, foram apreendidos, segundo o governo, cerca de 400 celulares e alguns aparelhos de televisão, em número não informado. Não houve registro de incidentes nas unidades e, em duas delas, as visitas foram suspensas ao longo do fim de semana, por razões de segurança.