Mais dois homens foram presos suspeitos de participar diretamente da chacina do Centro de Semiliberdade Mártir Francisca, ocorrida em novembro de 2017 na Sapiranga. Um deles é apontado como mentor da ação e chefe do tráfico na região. A polícia divulgou as prisões nesta segunda-feira (13), em coletiva na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Com as novas prisões, ao todo, 11 pessoas foram capturadas, entre elas um adolescente. A polícia considera o caso como elucidado, mas afirma que as investigações prosseguem.

Quatro adolescentes em conflito com a lei foram assassinados após ser retirados à força do Centro Mártir Francisca por um grupo criminoso, no Bairro Sapiranga, na madrugada do dia 13 de novembro de 2017. Os corpos foram encontrados na Rua Firmino Ananias, nas proximidades do centro. O crime foi motivado por rivalidade entre facções criminosas.

De acordo com a delegada Evna América, um duplo homicídio de integrantes de uma facção criminosa ocorrido na Aerolândia teria motivado a ação, em represália.

As prisões divulgadas nesta segunda ocorreram nos dias 7 e 8 deste mês. Os presos foram Rafael Costa de Souza, de 25 anos, conhecido como “Rafael Loirinho”, e Paulo Henrique Monteiro Lima, o “Papá”, de 27 anos. Eles foram autuados por homicídio, organização criminosa e tráfico de drogas.

Nove suspeitos do crime, entre eles um adolescente, já haviam sido capturados. Todos os envolvidos já possuíam antecedentes criminais.

De acordo com a polícia, Rafael é apontado como chefe de uma das subdivisões da facção criminosa, e comandava o tráfico na área da Sapiranga. Ele foi preso no bairro, em casa. “Ele ostentava um padrão de vida incompatível com uma pessoa que não tem profissão”, disse o delegado Márcio Lopes.

Rivalidade

Os adolescentes mortos residiam em áreas de domínio de uma facção rival a do grupo que invadiu e assassinou os garotos. “As vítimas foram escolhidas pelo simples fato de residirem em áreas de predomínio da GDE, mesmo sem ser faccionados”, ratifica a delegada Evna América.

Ainda conforme América, dentro do Mártir Francisca os internos se tratavam por nomes dos bairros em que residiam. Ao invadirem o centro socioeducativo e retirarem os adolescentes de lá, o grupo criminoso perguntou a cada um onde moravam para certificar-se de que pertenciam a áreas rivais.

As prisões dos suspeitos foram realizadas pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e pela Polícia Militar.

Com informação do G1