Candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes disse na manhã deste domingo, 26, que quem critica sua proposta de tirar 63 milhões de brasileiros da lista de inadimplência do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) tem “horror ao povo”.

Durante visita a uma feira livre em Itaquera, Zona Leste de São Paulo, o presidenciável criticou o presidente Michel Temer, ao afirmar que não aceitaria apoio do MDB “nem a pau” e prometeu “quebrar pesadamente” o cartel dos bancos, aumentando a competição entre eles, caso seja eleito.

“Tudo que é para pobre no Brasil, botam defeito”, disse Ciro, após explicar como funcionaria a sua proposta, a que chamou de “Nome Limpo”. “O Brasil dispensou mais de R$ 300 bilhões de rico naquilo que se chama Refis, que é basicamente refinanciamento das dívidas dos contribuintes empresariais com o governo”.

Segundo o candidato, o governo buscaria junto aos bancos e operadores de cartão de crédito descontos de multas e taxas das dívidas de 63 milhões, nos moldes do que já acontece em feirões da Serasa. Pelas contas da equipe de Ciro, é possível reduzir a dívida média em 80%, o que a baixaria para cerca de R$ 1,2 mil. Esse valor seria financiado por bancos públicos em até 36 vezes. “Não se trata de dar dinheiro, trata-se de refinanciar depois de um grande desconto ajudado pelo governo federal”.

Ainda sobre o setor financeiro, o presidenciável afirmou que é preciso aumentar a competição entre os bancos, usando o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal para que as taxas e os serviços bancários fiquem mais baratos. Ciro também defendeu a regulamentação das “fintechs” — “starups” do mercado financeiro.

“Vou quebrar o cartel dos bancos, mas quebrar pesadamente já a partir do primeiro dia (de governo)”. afirmou Ciro. Ao responder a perguntas de jornalistas, o pedetista foi questionado se aceitaria apoio do MDB ou do presidente Michel Temer em um eventual governo seu.

“Mas nem a pau, Juvenal. Meu governo vai botar pra correr ladrão, bandido. Ele vai correr até a porta da cadeia”. Numa tentativa de se desligar do impopular governo Temer, ele disse que é contra o presidente, enquanto os candidatos Geraldo Alckmin (PSDB) e Henrique Meirelles (MDB) são da “turma de Temer”.

Passeando pela feira acompanhado da mulher, Giselle Bezerra, Ciro reagiu com bom humor a reclamações de eleitores, posou para fotos com apoiadores e disse que não comeria pastel porque isso é “coisa de demagogo”. Ao final da agenda, dividiu um caldo de cana com a mulher.

Com informações do Jornal O Globo