A declaração do ex-governador Cid Gomes, ao admitir, pela primeira vez, a inviabilidade do MDB no palanque da aliança com o PDT no Ceará abre três caminhos na corrida às eleições deste ano: 1) a candidatura avulsa do presidente do Congresso Nacional, Eunício Oliveira, a um novo mandato de senador; 2) o MDB de volta ao bloco de oposição 3) e uma candidatura de Eunício à Câmara Federal. Sem aliança com oposição ou situação! O assunto foi destaque no Bate Papo Político desta segunda-feira, 4, do Jornal Alerta Geral (Rádio FM 104.3 – Expresso Grande Fortaleza + 24 emissoras no Interior).

Cid considera que, com o conflito no cenário nacional, o irmão Ciro é candidato a Presidente da República e tem sido cáustico nas críticas ao MDB e ao Governo Michel Temer, não dá para conciliar a aliança com o PDT no Ceará. Mesmo, assim, Eunício, ao acompanhar, nesse domingo, em Fortaleza, a missa em homenagem aos 50 anos de idade do Governador Camilo Santana, sinalizou com apoio à pré-candidatura de Ciro. Uma manifestação para manter as portas abertas com os irmãos Ferreira Gomes.

A declaração de Cid Gomes pode significar um ponto final na coligação partidária envolvendo PDT e MDB, mas não é o fim para uma aliança com o senador Eunício Oliveira. Isso, porque, na própria conversa entre Cid e Eunício, entrou na análise política a possibilidade de uma candidatura avulsa (sem vinculação na chapa oficial). Ou seja, Eunício é candidato ao Senado pelo MDB, aparecerá na propaganda eleitoral do rádio e da televisão com o número da legenda, e terá o apoio dos aliados do Governador Camilo Santana.

Se esse cenário não se construir, Eunício terá outros dois caminhos: disputar o Senado pela oposição, reaproximando-se do PSDB e do PROS. Para alguns, uma reconciliação com complicadores, mas, para quem age sem emoção na política, a matemática das eleições pode prevalecer. Há ainda a segunda alternativa para o emedebista: concorrer à Câmara Federal, sem vínculo com o PDT, que puxa o bloco partidário de situação, ou com a oposição, liderada pelo PSDB.

Eunício construiu bases eleitorais que, nas condições atuais, o garantem mais de 250 mil votos para se eleger deputado federal. Se for candidato à Câmara Federal, Eunício não precisa se coligar com outros partidos na eleição proporcional. Essa é apenas uma das hipóteses para análise política a pouco mais de um mês para o início do período das convenções (25 de julho a 5 de agosto) para oficialização de candidaturas e coligações às eleições de 7 de outubro.

Quando o Governador Camilo Santana e o senador Eunício Oliveira abriram, em 2017, o diálogo que se transformou em uma parceria administrativa para o Estado receber obras e recursos do Governo federal, foi aberto o campo das especulações de que, a partir daquele momento, estavam sendo construídos os canais para uma aliança eleitoral. Uma lógica sem contestação. Os percalços, porém, seriam inevitáveis, como, por exemplo, o contexto nacional com a pré-candidatura de Ciro Gomes e o conflito aberto e direto com o MDB.

Confira os comentários dos jornalistas Luzenor de Oliveira e Beto Almeida sobre o assunto:

CANDIDATURA DE EUNÍCIO AO SENADO