A semana começou e vai terminando com um protagonista que não é candidato no segundo turno da eleição presidencial, mas, ao longo dos últimos seis dias, criou um dos principais fatos da campanha entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT): o senador eleito Cid Gomes (PDT).

As palavras duras do ex-governador cearense deram munição à propaganda de Bolsonaro, embora, em momento algum, a intenção do senador eleito tenha sido essa. Cid tem sido leal à aliança com o PT desde meados dos anos 90 quando se elegeu, pela primeira vez, prefeito de Sobral.

O desabafo de Cid Gomes, na última segunda-feira, no Marina Park Hotel, em Fortaleza, ao cobrar dos dirigentes e lideranças nacionais do PT para fazerem uma autocritica sobre os erros do passado, o colocou com destaque na mídia nacional e o fez conhecido em todo o País. Cid foi verdadeiro nas palavras, mas não bem compreendido.

Dentro do PT, certamente uma ala de militantes que enxerga a necessidade da revisão de atos e atitudes do partido, o entendeu. Outros, não. O gesto de Cid Gomes, interpretado no primeiro momento como o começou do fim na convivência com o PT, não pode ser considerado agressivo. As palavras podem ser cáusticas, mas nem sempre significam agressão.

Longa diferença

A 9 dias do segundo turno da eleição, é pouco provável que Fernando Haddad derrube a diferença de 18 pontos que o separa de Jair Bolsonaro. São poucos dias de campanha – uma eternidade para quem está na liderança e trabalha para o tempo voar com mais rapidez, e uma nuvem – bem passageira, para quem quer mais dias e noites para convencer o eleitor a mudar de ideia sobre o voto. A pesquisa do Datafolha, divulgada nessa quinta-feira, 18, mostra Bolsonaro com 59% dos votos válidos, contra 41% de Fernando Haddad.