O presidente Michel Temer (MDB) respondeu os ataques que sofreu do candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, na noite desta quarta-feira, 5. Por meio de suas redes sociais, Temer, em um tom mais elevado do que seu habitual, rebateu o tucano, que durante a campanha tem associado o presidente ao governo da antecessora Dilma Rousseff (PT), hoje candidata ao Senado por Minas Gerais. “Geraldo Alckmin, candidato à Presidência da República, eu me dirijo a você, pelas falsidades que você tem colocado no seu programa eleitoral e eu não posso silenciar”, inicia Temer.

Ao longo do vídeo, ele lista ministros de seu governo que integram partidos que, na eleição deste ano, apoiam Geraldo Alckmin à Presidência. “Você diz que a educação foi um desastre”, afirmou Temer. “Mas você sabe quem foi o meu ministro da Educação? Mendonça Filho, do DEM, um partido que apoia a sua candidatura”. Em seguida, ele diz que Alckmin critica “indevidamente” o trabalho executado por Ricardo Barros à frente da Saúde e lembra que o PP, responsável por três pastas do governo Temer, também apoia o ex-governador de São Paulo.

Temer ainda cita Marcos Pereira, do PRB, ex-ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços do Brasil, e diz que o PTB comandou por muitos anos o Ministério do Trabalho. PRB e PTB hoje integram a coligação de Alckmin. Durante o vídeo, o presidente ainda pede a Alckmin para não ouvir os marqueteiros e não faltar com a verdade. “Nas vezes em que te apoiei, achei que você era diferente. Não atenda o que dizem os seus marqueteiros. Atenda apenas a verdade. E a verdade é que nós fizemos muito por essas áreas conduzidas por aqueles que hoje apoiam a sua candidatura”, disse Temer.

Mudança de postura

O vídeo de Temer mostra uma mudança e tanto na postura do presidente em relação ao candidato do PSDB. Em meados de agosto, Temer deu uma entrevista ao Jornal Folha de São Paulo, afirmando que Alckmin parecia ser o candidato do governo, embora o seu partido tenha presidenciável próprio, Henrique Meirelles (MDB), exatamente ex-ministro da Fazenda de Temer. O tucano, no entanto, tem preferido se afastar do presidente, cuja taxa de popularidade é a mais baixa da história recente do país.

A campanha do candidato do PSDB, criticado por ter firmado uma aliança com os partidos do Centrão e presidente de uma legenda que apoiou grande parte das medidas do governo Temer, resolveu apontar o atual presidente como corresponsável pela crise que o Brasil atravessa em diversas áreas. Em uma delas, um locutor fala sobre os “13 milhões de desempregados” registrados nos últimos quatro anos enquanto um casal toma café. “O desemprego é cruel. Faz a família toda sofrer. Economia tem que gerar emprego”.

Com informações do Portal Uol Notícias