Após dois anos sem reajuste salarial, o acumulado de perdas inflacionárias referente a 2015 e 2016 já soma 17,63%. Para protestar pelos dois anos de morte da data base (celebrada em janeiro), servidores públicos estaduais realizam, nesta quarta-feira, 1º de fevereiro, a partir das 8h, ato unificado na Assembleia Legislativa do Ceará (Alce). Na ocasião, o governador Camilo Santana vai abrir os trabalhos na Casa e deverá anunciar qual percentual de correção será concedido aos servidores. Vai haver também a posse do deputado Zezinho Albuquerque, reeleito presidente.

O governador chegou a anunciar que enviaria à Assembleia, ainda em dezembro do ano passado, mensagem com o reajuste dos servidores. Porém, até o momento não enviou e nem sinalizou de quanto vai ser esse percentual. A expectativa é de que o índice seja de pelo menos a correção inflacionária desses dois anos.

O ato desta quarta-feira (1º de fevereiro) faz parte de um calendário de atuações lançado pelas entidades de classe, cujas mobilizações envolvem diversas categorias dos poderes executivo, legislativo e judiciário.

Duplo golpe

Além de dois anos sem ter sequer correção inflacionária – o que evitaria que o salário dos servidores desvalorizasse perante a inflação dos períodos –, os servidores sofreram ainda outro duro baque salarial, com o aumento de 3% da contribuição previdenciária – que saltou de 11% para 14%.

A mensagem com mais esse golpe aos servidores foi aprovada, às pressas, em dezembro do ano passado, antes do início do recesso do legislativo. Apesar de implicar na retirada de direitos, o texto, de autoria do executivo, foi aprovado com folga pelos deputados. Apenas oito votaram contra a matéria: Renato Roseno (Psol), Capitão Wagner (PR), Ely Aguiar (PSDC), Daniel Oliveira (PMDB), Dra. Silvana (PMDB), Roberto Mesquita (PSD), Carlos Matos (PSDB) e Heitor Férrer (PSB).

Impacto no orçamento

Com 0% de reajuste, o poder de compra dos servidores públicos diminuiu. Significa menos dinheiro no bolso e menos comida na mesa do trabalhador. O impacto no orçamento de muitas famílias é sentido de forma significativa, sobretudo com o aumento exponencial de todos os itens e serviços ofertados à população.