“O que se arrecada pode até ser que hoje cubra as despesas de quem tá se aposentando, mas a tendência é que vai acontecer um déficit nesses municípios onde o poder público vai sempre complementar, ou seja, aquilo que foi arrecadado e que for mantido no fundo, não vai ser suficiente para pagar as aposentadorias”, afirma José Irineu Carvalho, consultor econômico e financeiro da Associação dos Municípios do Estado do Ceará, Aprece.

A declaração foi dada em entrevista exclusiva ao Jornal Alerta Geral (Rádio FM 104.3 – Expresso Grande Fortaleza + 26 emissoras no Interior). Durante a entrevista, o consultor complementa: “Do jeito que está hoje, existe uma projeção que todos venham a ter problemas no futuro”.

Quando questionado se a Aprece já tem dimensão do impacto dessa Reforma da Previdência na vida dos servidores municipais, José Irineu afirma que, na verdade, o que a entidade tem procurado interpretar é principalmente a repercussão no regime próprio de previdência, uma vez que, dos 184 municípios, 65 que tem regime próprio e cerca de 119 estão no regime geral.

Segundo José Irineu o impacto maior para os municípios seria os do regime próprio, porque hoje há uma alíquota de 11% para recolher para os fundos próprios de previdência do servidor. No entanto, existe a expectativa de que esse valor suba para 14%, podendo chegar até 28%.

O jornalista Beto Almeida questiona se, com a Reforma da previdência, os municípios que tem seu regime próprio podem se tornar mais atraentes para os servidores, uma vez que algumas alíquotas tendem a ser menores. No entanto, José Irineu, consultor econômico da Aprece, explica que, apesar das alíquotas serem superiores no regime próprio, a Reforma buscará um equilíbrio, então os servidores do regime próprio também terão sua aposentadoria retardada e terão que contribuir mais.

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