O crescimento do candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, tem um bom lastro para continuar ampliando o apoio dos eleitores e garantir a chegada, sem dificuldades, ao segundo turno da corrida ao Palácio do Planalto. Pelos números da última do Ibope, o adversário, no atual quadro, é o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, que tem 28% das intenções de votos. O petista soma 19% e pode chegar, no dia 7 de outubro, nos cálculos mais otimistas das lideranças do PT, em primeiro lugar. Há base para o avanço. O teto de Haddad é bem alto, mas o otimismo precisa ser avaliado diante da convicção que tem os eleitores do candidato do PSL.

 A ascensão meteórica de Fernando Haddad não pode ser entendida, nem interpretada como grande surpresa. Isso, porque, Haddad é o candidato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, antes de ter a postulação ao Palácio do Planalto indeferida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), acumulava um capital eleitoral que caminhava para os 40% de intenção de votos.

 Há quem diga que Haddad não é Lula, cada um tem o seu estilo e a forma de agir, mas, agora, Haddad é, sim, Lula e, nessa condição, herdará o voto  dos eleitores que, no ciclo de 13 anos, foram contemplados pelas ações sociais que os permitiram melhorar de vida, ter os filhos matriculados no ensino superior ou no ensino médio por meio do Pronatec.

O PT acerta na veia com o conteúdo da propaganda no rádio e na televisão ao vender o histórico dos programas sociais, do FIES, do Pronatec e dos preços baixos dos combustíveis. O custo dos programas sociais foi elevado e, por esse motivo, na visão de técnicos do atual governo e especialistas das áreas econômica e de planejamento, como sempre houve remanejamento de recursos de uma área para outra para garantir o funcionamento dessas ações, o rombo seria alto mais cedo ou mais tarde.

Aos eleitores, que hoje lembram do passado recente e muitos estão na fila do desemprego, não interessa a origem do dinheiro que bancou a conta dos programas sociais. O que importa, na visão desses brasileiros, é que, no passado, a vida era diferente. Era melhor!

Aqui, não bastam as palavras e, para quem cobra, os números chegam bem quentinhos: o Ibope, nessa última pesquisa, mostra que, no Nordeste, Haddad saiu de 13% para 31% das intenções de votos. Vai crescer ainda mais. É, no Nordeste, onde estão os eleitores mais beneficiados com os programas sociais dos Governos Lula e Dilma. Por gratidão, os eleitores estão, nas eleições de 2018, retribuindo o passado. Outro detalhe: o NE tem 39.000.000 milhões de eleitores aptos a votar no primeiro turno e boa parte já escolheu o seu candidato.