O convite ao juiz Sérgio Moro para o Ministério da Justiça, que irá incorporar a pasta da Segurança Pública, assusta não apenas pelo passado, pelo presente, mas, principalmente, pelo futuro. Se acertar e conseguir êxito nas ações e projetos a serem adotados para melhorar as condições de segurança da população, na inibição do tráfico de drogas e armas, assim, como no combate à lavagem de dinheiro e corrupção, Moro se transforma – mais uma vez, em referência na vida do País. E, nesse novo cenário, na área política.

O sucesso da trajetória de Moro que, hoje, tem 46 anos de idade, pode levá-lo a novos desafios. E, nesse radar, a eleição à Presidência da República em 2022 ou 2026. Se nem tudo der certo, Sérgio Moro volta ao Judiciário e, pelas mãos do próprio Bolsonaro, terá uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF). Moro chegará com carta branca para trabalhar nas áreas da Justiça, da segurança e fiscal uma vez que, sob o seu crivo, estará o COAF – órgão do Ministério da Fazenda que, diariamente, registra as transações bancárias.

A reação no meio político à indicação de Moro para o Ministério da Justiça é um sinal de temor de que, bem sucedido no Governo de Bolsonaro, Moro possa atropelar líderes políticos que trabalham para se projetar com vistas às eleições de 2022 ou 2026. Antes das duas eleições, Bolsonaro dá um nó na classe política ao demonstrar liberdade e que a escolha dos seus principais auxiliares não terá pressão, nem interferência dos partidos.

Há, também, outro aspecto: ao puxar Moro para o Palácio do Planalto, Bolsonaro reafirmou, em um simples gesto, a sintonia com os brasileiros que mais anseiam por decência na política, menos corrupção e menos violência. Moro é referência entre os 208 milhões de habitantes pela firme atuação na Operação Lava Jato que levou para cadeia importantes figuras da política.