A menos de duas semanas da eleição, a disputa pelo segundo turno da corrida à Presidência da República dá mais um sinal de polarização entre os candidatos do PSL, Jair Bolsonaro, e do PT, Fernando Haddad. A pesquisa FSB/BTG Pactual divulgada nesta segunda-feira, 24, mostra Bolsonaro na liderança das pesquisas de intenção de votos ao Palácio do Planalto, com 33% de apoio do eleitorado no cenário estimulado.
Na segunda posição está o candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, que subiu sete pontos percentuais em relação à pesquisa anterior e aparece com 23% dos votos, se consolidando como segundo postulante a uma vaga no segundo turno.
Ciro Gomes (PDT), que na pesquisa FSB/BTG Pactual estimulada divulgada na última segunda-feira, 17, tinha 14%, agora tem 10%, queda de quatro pontos percentuais. O pedetista, porém, permanece na terceira posição, atrás de Bolsonaro e Haddad.
O levantamento do Instituto FSB Pesquisa ainda mostrou um crescimento de Geraldo Alckmin (PSDB), que tinha 6% no levantamento anterior e agora tem 8%, e a estagnação de Marina Silva (Rede), que permanece com os mesmos 5% do último levantamento.
João Amoêdo (Novo) permaneceu com 3%. Já Henrique Meirelles (MDB) ultrapassou Alvaro Dias (Podemos) – Meirelles aumentou de 2% para 3%, enquanto Dias viu sua intenção de voto permanecer em 2%. Outros candidatos têm 1% das intenções de votos. A porcentagem de quem não votaria em ninguém caiu de 9% para 7%, branco/nulo somam 2%, enquanto não sabe/não responderam tem 4%.
Um dos pontos que chamam a atenção na pesquisa é que, pela primeira vez, o candidato do PSL tem índices bem semelhantes entre intenção de voto nos cenários das modalidades espontânea (eleitor cita preferência, sem receber os nomes dos candidatos) e estimulada (quando o pesquisador apresenta os nomes dos presidenciáveis). Bolsonaro tem 33% das intenções de voto na pesquisa estimulada, enquanto, na espontânea, chega a 31%.
A semelhança dos números mostra a consolidação do voto no candidato do PSL e estimula os aliados de Bolsonaro a pregarem uma vitória logo no primeiro turno. A pregação do voto útil tem, porém, outro componente: em todos os cenários de segundo turno, de acordo com a pesquisa, Bolsonaro ganharia apenas de Marina Silva e ficaria em empate técnico com Ciro, Haddad ou Alckmin.
A análise dos dados da pesquisa da FSB/BTG Pactual mostra, também, um cenário, em termos de pesquisa estimulada e espontânea, bem favorável ao candidato do PT, Fernando Haddad – 23% (estimulada) e 17% (espontânea). Ciro, em termos de voto espontâneo, aparece com 7%, Geraldo Alckmin (4%) e Marina Silva (2%).
A pesquisa FSB/BTG Pactual ouviu 2.000 eleitores entre os dias 22 e 23 de setembro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. O intervalo de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-03861/2018.
Confira os números no cenário estimulado:
– Jair Bolsonaro (PSL): 33%
– Fernando Haddad (PT): 23%
– Ciro Gomes (PDT): 10%
– Geraldo Alckmin (PSDB): 8%
– Marina Silva (Rede): 5%
– João Amoêdo (Novo): 3%
– Henrique Meirelles (MDB): 3%
– Alvaro Dias (Podemos): 2%
– Outros: 1%
– Ninguém/Nenhum: 7%
– Branco/Nulo: 2%
– Não sabe: 4%
– Não respondeu: 0%
Cenário espontâneo
No cenário espontâneo, a intenção de voto de Bolsonaro passou de 30% para 31%, de uma semana para outra, enquanto neste último levantamento apenas 2% votariam no ex-presidente Lula, ante 6% da pesquisa anterior. Já Fernando Haddad manteve o crescimento e saltou de apenas 12% para 17%, se distanciando ainda mais de Ciro Gomes (PDT), que de 8% oscilou negativamente para 7%. Geraldo Alckmin (PSDB) subiu de 2% para 4%. Já João Amoêdo (Novo) caiu de 3% para 2%, mesmo percentual de Marina Silva (Rede), que manteve os 2% do último levantamento.
Álvaro Dias (Podemos) permaneceu com 1%, mesma pontuação de Henrique Meirelles (MDB). Os demais candidatos somam 1% das intenções de votos. Não sabe ou não responderam caiu de 22% para 21%, 8% não votariam em ninguém ou em nenhum candidato. Brancos e nulos representam 3%, ante 4% da pesquisa divulgada na semana passada.
Confira os números no cenário espontâneo:
– Jair Bolsonaro (PSL): 31%
– Fernando Haddad (PT): 17%
– Ciro Gomes (PDT): 7%
– Geraldo Alckmin (PSDB): 4%
– Lula (PT): 2%
– João Amoêdo (Novo): 2%
– Marina Silva (Rede): 2%
– Alvaro Dias (Podemos): 1%
– Henrique Meirelles (MDB): 1%
– Outros: 1%
– Ninguém/Nenhum: 8%
– Branco/Nulo: 3%
– Não sabe: 19%
– Não respondeu: 2%
Bolsonaro permanece líder na ‘certeza’ do voto
Os eleitores de Bolsonaro permanecem como aqueles cuja certeza do voto é maior. Para 86% deles, a decisão de voto é definitiva – antes o número era de 82%. Na sequência aparece os eleitores de Haddad (84%), Amoêdo (66%), Alvaro Dias (58%), Ciro (58%), Alckmin (56%), Meirelles (54%) e Marina (42%). Vale destacar que 61% dos que disseram votar branco/nulo apontaram ter certeza do seu voto. Dos que disseram não votar em nenhum dos candidatos, o índice de certeza é de 67%.
Confira os números:
– Jair Bolsonaro (PSL): 86%
– Fernando Haddad (PT): 84%
– Ninguém/Nenhum: 67%
– João Amoêdo (Novo): 66%
– Branco/Nulo: 61%
– Alvaro Dias (Podemos): 58%
– Ciro Gomes (PDT): 58%
– Geraldo Alckmin (PSDB): 56%
– Henrique Meirelles (MDB): 54%
– Marina Silva (Rede): 42%
Segundo turno
Pela segunda vez, o levantamento fez uma simulação de segundo turno (todas com Bolsonaro) e mostrou um cenário, ainda que tímido, de crescimento dos adversários do candidato do PSL. Bolsonaro, que antes vencia Haddad, Alckmin e Marina e empatava com Ciro, agora ganha apenas de Marina, empatando tecnicamente com os demais candidatos.
Quando o cenário é Bolsonaro contra Ciro, há um empate técnico, com 43% votando no candidato do PDT e 41% apoiando o candidato do PSL; na semana passada, ambos apareciam com 42%. 5% dizem votar branco/nulo, 9% em ninguém e 2% não sabem ou não responderam.
Entre Bolsonaro e Haddad, a situação passou a ser de empate técnico, no limite da margem de erro. 44% disseram votar no candidato do PSL e 40% apontaram votar no petista; semana passada, 46% disseram votar em Bolsonaro ante 38% que votariam no petista.
Quando confrontado com Alckmin, Bolsonaro oscilou de 43% na semana passada para 41% dos votos, enquanto o tucano subiu de 36% para 40%, configurando mais uma situação de empate técnico. A maior diferença é contra Marina Silva: 46% do candidato do PSL ante 34% da candidata da Rede; na semana passada, ele possuía 48% ante 33% da ex-senadora.
Confira os cenários:
– Jair Bolsonaro (PSL) 42% X 43% Ciro Gomes (PDT) – Brancos/Nulos: 5%; Ninguém/Nenhum:9%; Não sabe/Não respondeu: 2%
– Jair Bolsonaro (PSL) 44% X 40% Fernando Haddad (PT) – Brancos/Nulos: 4%; Ninguém/Nenhum:9%; Não sabe/Não respondeu: 2%
– Jair Bolsonaro (PSL) 41% X 40% Geraldo Alckmin (PSDB) – Brancos/Nulos: 6%; Ninguém/Nenhum:10%; Não sabe/Não respondeu: 2%
– Jair Bolsonaro (PSL) 46% X 34% Marina Silva (Rede) – Brancos/Nulos: 6%; Ninguém/Nenhum:12%; Não sabe/Não respondeu: 2%
Marina é ‘campeã’ na rejeição
Marina Silva segue na dianteira na lista de maior rejeição – ou seja, a porcentagem de quem não votaria “de jeito nenhum” no candidato/candidata -, com oscilação de 58% para 60%. Bolsonaro, Haddad, Meirelles e Eymael estão empatados em segundo lugar entre os mais rejeitados, com 48%; a rejeição do candidato do PSL subiu ante os 45% da semana passada, enquanto a dos demais se manteve. Alckmin caiu em termos de rejeição, passando de 53% para 47%, empatando com Ciro Gomes, que tinha 46% na semana passada.
Confira os números:
– Marina Silva (Rede): 60%
– Henrique Meirelles (MDB): 48%
– Fernando Haddad (PT): 48%
– Jair Bolsonaro (PSL): 48%
– José Maria Eymael: 48%
– Geraldo Alckmin (PSDB): 47%
– Ciro Gomes (PDT): 47%
– Cabo Daciolo (Patriota): 42%
– Alvaro Dias (Podemos): 40%
– João Goulart Filho (PPL): 39%
– Guilherme Boulos (PSOL): 39%
– Vera Lúcia (PSTU): 38%
– João Amoêdo (Novo): 34%