Qual a conexão entre o cafezinho diário e a saúde das plantas dos jardins? Na Assembleia Legislativa, um projeto piloto utiliza a borra de café produzida na Casa para adubar os jardins.

A iniciativa da Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) pretende dar novo uso ao resíduo do café produzido nas copas, destinando o material para a equipe que trabalha com os cuidados dos espaços verdes.

A vice-coordenadora da A3P, Luana Ponte Paiva Dantas, explica que a comissão gestora da Agenda acolhe ideias e projetos partilhados por diversos colaboradores a partir da análise da viabilidade, dos benefícios e dos recursos necessários para realização.

O projeto piloto que envolve o cafezinho dos servidores e o meio ambiente foi sugerido pela estagiária da área de Engenharia Ambiental na AL, Morgana Tavares, responsável pela execução da ação.

Ela explica que a Casa produz, anualmente, três toneladas de borra de café, material que pode ganhar novo uso que não o lixo comum. Atualmente, os resíduos de uma copa estão sendo destinados para o uso nos jardins. Em breve, o projeto deve se espalhar pelas 16 copas da AL.

Luana Ponte ressalta ainda que o exemplo da Casa, que começou a coleta de borra de café para a iniciativa em março deste ano, já está sendo seguido em outros órgãos, como o Ministério do Meio Ambiente.

Segundo a vice-coordenadora da A3P, Luana Ponte, a ideia é que cada copa da AL conte com um coletor de borra de café, cujo material será reunido e enviado para compostagem nos jardins.

Ela espera que a mobilização dos funcionários ultrapasse os muros da Casa Legislativa, uma vez que eles podem levar para casa as técnicas de cuidado com as plantas utilizando a borra do café.

TEMPO, DEDICAÇÃO E RESULTADO

O jardineiro Wesley Saraiva trabalha há seis meses na Assembleia Legislativa e, há cinco, reencontrou companheiras que fazem parte da vida “desde menino”: as plantas e os jardins. “A pessoa pode estar estressada como for, se mexer com planta, passa”, comenta sobre a relação com a jardinagem.

Atualmente, ele atua com o processo de utilizar a borra de café nos jardins por meio da compostagem, em que o material é misturado com folhas trituradas e guardado em um recipiente aberto por 60 dias.

Ao fim desse período, o composto está pronto para ser usado nas plantas e, garante Wesley, vem dando um bom resultado em áreas que antes estavam com vegetação seca. No entanto, alerta, se a borra for colocada diretamente na planta ou antes dos dois meses de decomposição, o risco é de queimar a vegetação.

O composto de borra e folhas, explica a estagiária em Engenharia Ambiental Morgana Tavares, precisa ser misturado frequentemente durante os dois meses de espera, uma forma de oxigenar o material.

Existem outras formas de usar a borra que não demandam o tempo da compostagem, ressalta ela, como o de misturar uma parte de borra de café com 10 partes de terra. O produto final pode ser colocado nas plantas como adubo. Tanto na mistura com a terra como na compostagem, a validade do material após pronto é de sete dias, indica Morgana.

Mesmo habituado com os cuidados com jardim, Wesley Saraiva confessa que não sabia da possibilidade de utilizar a borra de café e, inicialmente, até estranhou a mistura. Ao colocar em prática o projeto, já percebeu que a técnica – se bem executada – pode embelezar e melhorar a saúde das plantas.

 

 

Com informação da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará