O desabafo do Governador Camilo Santana, candidato à reeleição, o sobre a decisão da Executiva Nacional do PT de não contemplar a sua campanha com recursos do fundo eleitoral, o colocou, neste sábado, no noticiário nacional. A queixa pode empurrá-lo ainda mais para perto do candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes.

Segundo reportagem do Jornal O Estado de São Paulo, aliado do presidenciável Ciro Gomes (PDT), o governador do Ceará e candidato a reeleição nas eleições 2018Camilo Santana (PT), se diz vítima de “preconceito” da cúpula do partido na distribuição das verbas do fundo eleitoral por causa de sua aliança com o adversário do petista Fernando Haddad na disputa presidencial.

O desabafo de Camilo, diante do considera discriminação, foi inevitável: “Eu questionei a direção do partido e solicitei que fosse revisto esse critério. O Ceará tem um grande colégio eleitoral. Dos governadores do PT, somos o terceiro – só perdendo para Minas Gerais e Bahia. Não acho que seja o critério correto. Estou aguardando uma posição da direção nacional”, disse Camilo Santana, na entrevista ao Estado de São Paulo.

Conforme a reportagem, até esta quinta-feira, 13, quando concedeu a entrevista, Camilo havia recebido R$ 785 mil da direção nacional do PT. Nesta sexta-feira, 14, depois que o Estado questionou o partido sobre as críticas do governador, o valor subiu para R$ 900 mil. O único candidato petista a governador que recebeu menos foi Wellington Dias, candidato à reeleição no Piauí, com R$ 882 mil. Candidatos desconhecidos e com poucas chances como Miragaya do PT (DF) e Jackeline Rocha (ES) receberam R$ 1 milhão cada.

A reportagem do Estado de São Paulo relata, também, que, ‘’procurada, a direção do PT não respondeu sobre os repasses. A ordem é evitar polêmicas em nome de uma eventual aliança com Ciro no segundo turno’’. Cita, ainda, que Márcio Macedo, um dos vice presidentes do PT, disse que as reclamações de Camilo são legítimas, mas fora de hora. “A divisão do fundo (eleitoral) foi amplamente debatida nas instâncias do PT com a participação de todos, inclusive representantes dele”, disse Macedo. 

Em outro trecho, a reportagem destaca que ‘’a tensão entre Camilo e o PT aumentou após Haddad ser oficializado candidato à Presidência no lugar do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato’’. A campanha à reeleição do governador, de acordo com a reportagem, ignora Haddad enquanto Camilo faz campanha ao lado de Ciro.  Muitas peças de candidatos proporcionais do PT e de outros partidos tem, porém, referência ao 13, ao nome do ex-presidente Lula  e do candidato Fernando Haddad.

A reportagem cita, ainda, que, nos materiais de campanha, bandeiras, adesivos e nos comerciais da TV quem aparece ao lado do governador petista é Cid Gomes, irmão de Ciro, que disputa o Senado. Quando questionado sobre em quem vai votar para presidente, Santana sorri e desconversa: “O voto é secreto”. Reportagem na íntegra estadão.com.br