O atentado sofrido, nesta quinta-feira, pelo candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, é um duro golpe contra a democracia e a liberdade de expressão. Bolsonaro foi alvo da intolerância, do ódio que, infelizmente, tem marcado os últimos tempos na política brasileira. Nada justifica o extremismo, a violência, a agressão verbal ou física em uma campanha eleitoral. O atentado é gravíssimo e retrata um momento delicado no contexto das eleições de 2018.

A campanha eleitoral deste ano é curta, com menos tempo de propaganda no rádio e na televisão e com recursos financeiros mais escassos após a Operação Lava Jato provocar o fechamento de dutos que alimentavam os cofres de partidos e candidatos. Dutos irrigados com o chamado caixa 2. Faltam recursos, mas sobram ideias, propostas mirabolantes e críticas ácidas entre as diferentes correntes políticas, partidárias e ideológicas.

Se há escassez de verbas, há elevado nível de ressentimentos e rancor. Falta tolerância, sobra radicalismo. O ódio, em meio aos conflitos de ideais, é combustível para incendiar, pelas redes sociais,  o debate político que poderia ser recheado de mais patriotismo, mais compromisso com o presente e o futuro, com mais tolerância.

O combate a ideias opostas não é com a tentativa de destruí-las pelo silêncio da voz de quem as propaga. Combate-se uma ideia diferente ou um pensamento adverso com argumentos e palavras. O nível de intolerância, porém, subiu ao telhado e o bom senso pouco prevalece quando aliados ou eleitores em rota de colisão se encontram. É pecado, em alguns momentos, se expor preferência por um ou outro candidato. Há temor de censura, de reações verbais que expõem paixões, raiva e agressões. Tem sido, assim, a campanha eleitoral de 2018.

Quando há intolerância, falta bom senso, respeito, prudência, serenidade. A agressão física contra o deputado federal Jair Bolsonaro, candidato à Presidência da República, o deixou ferido e fere – com muita violência, a democracia brasileira. Hoje, o alvo é o candidato do PSL, mas amanhã poderá ser qualquer outro que almeja um mandato eletivo. Ou qualquer cidadão, cidadã, que, como pai, mãe, líder de uma família, tem as suas opiniões, ideias e preferência política. A fúria da intolerância precisa ser contida. E, para contê-la, nada melhor do que um componente único: tolerância.