De acordo com os dados, dentre os municípios da Região Metropolitana, a cidade de Caucaia foi onde ocorreram mais mortes.

Os índices de Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLIs) vêm aumentando na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Abril ainda não terminou, mas já ultrapassou os números de homicídios dos outros meses deste ano de 2019. Do dia 1º de abril até o último dia 22, foram contabilizados, na Grande Fortaleza, pelo menos 60 assassinatos, sendo 55 com uso de armas de fogo. As estatísticas são da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).

Foi solicitado à SSPDS posicionamento sobre quais ações vêm sendo realizadas na tentativa de frear o aumento dos homicídios na RMF. Em resposta às perguntas enviadas pela reportagem, a SSPDS se limitou a informar que não comenta estatísticas parciais de CVLIs.

De acordo com os dados, dentre os municípios da Região Metropolitana, a cidade de Caucaia foi onde ocorreram mais mortes, com 21 ocorrências. Em janeiro deste ano, foram registrados 31 CVLIs, seguidos por 27 em fevereiro, e 33 em março. Os dados mostram que em 30 dias houve aumento de quase 80% nos homicídios no entorno da capital cearense.

Conforme um investigador que conversou com a reportagem, sob condição de não ser identificado, o aumento de CVLIs na Grande Fortaleza foi tema de reunião recente na sede da Secretaria. Segundo a fonte, no encontro, comandantes das Áreas Integradas de Segurança (AIS) debateram que a disputa de poder entre membros de uma mesma facção vem interferindo para a crescente nos números.

A disputa pelo poder dentro da organização teria se intensificado desde o isolamento de lideranças das facções dentro das unidades prisionais cearenses. Para o pesquisador do Laboratório de Violência (LEV) da Universidade Federal do Ceará (UFC), professor Luiz Fábio Paiva, os números de mortes violentas na RMF em abril indicam que o governo deve continuar se preocupando com as ações dos criminosos.

“É importante destacar que as vidas de jovens pobres continuam sendo afetadas pela criminalidade e pouco tem sido feito para enfrentar os processos de agenciamento de jovens, nas periferias, para integrar as facções. Inclusive, abordagens generalizadas e mal conduzidas em festas de grupos juvenis têm prejudicado a ação de coletivos e movimentos sociais que visam oferecer espaços de lazer para meninas e meninos residentes nos bairros mais pobres das cidades cearenses”, afirmou o especialista.

Confira todas as informações com o correspondente do Jornal Alerta Geral, Wellington Lima: