O professor Cândido Albuquerque, empossado oficialmente pelo Ministério da Educação (MEC) há 7 dias reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC) ainda não conseguiu despachar do prédio da reitoria da UFC, no Benfica, em Fortaleza. Nesta quarta-feira (28), ele confirmou que segue trabalhando em diversas unidades e departamentos da UFC. Não há previsão de quando ele irá comparecer ao gabinete no Benfica. Cândido, que é alvo de protestos, alega que “aguarda o momento oportuno de atuar na própria reitoria”.

Grupos de estudantes e professores manifestam-se contra a escolha de Cândido, desde a nomeação feita pelo presidente Jair Bolsonaro, na segunda-feira (19). O presidente quebrou a tradição de nomear o candidato com a maior preferência da comunidade acadêmica. A nomeação de Cândido foi a segunda da história da UFC a contrariar a consulta pública feita com os corpos discente e docente da universidade. A primeira ocorreu em 1991, quando Antônio de Albuquerque Sousa Filho foi empossado.

Cândido foi o candidato com menor número de votos na consulta pública na universidade. No processo com 11.997 eleitores o atual reitor teve 610 votos. Custódio Almeida, o candidato mais votado, teve 7.772. Cândido também foi o segundo colocado na lista tríplice realizada pelo Conselho Universitário (Consuni).

Nesta quarta-feira (28), questionado se já esteve no prédio reitoria, Cândido disse que “fui, mas não vou ficar indo lá”. De acordo com o reitor, ele tem despachado de outros departamentos da UFC. “Estou indo e saindo. É até uma maneira de interagir com as outras unidades”. Indagado sobre quais foram os prédios em que já despachou, Cândido preferiu não comentar.

“A universidade está funcionando normalmente. O grupo de insatisfação não atinge 1%”, ressalta ele. O não comparecimento à reitoria, reitera o reitor, deve-se a “uma questão de animosidade. Eu estou fazendo isso porque estou abrindo o diálogo”. Cândido também foi questionado sobre como, diante do cenário de manifestações, pretende abrir o diálogo com a comunidade acadêmica. Mas, embora ressalte que há disposição, ele não especificou nenhuma ação concreta para isso.

“Em primeiro lugar o grupo que está insatisfeito é muito pequeno. São 50 ou 60 pessoas. Eu estou disposto ao diálogo. Estou procurando todos eles porque esse é o objetivo. Nós estamos abertos e estamos procurando as pessoas”, finalizou.

Na terça-feira, em mais um ato de protesto contra a nomeação do atual reitor, estudantes instalaram uma espécie de ‘gabinete’ no cruzamento da Avenida da Universidade com a 13 de Maio, no Bairro Benfica, em Fortaleza, nas proximidades da reitoria.