A menos de um ano da eleição de 2020, o prefeito do Eusébio, Acilon Gonçalves (PL), começou a fechar o cerco para impedir ações de possíveis adversários que possam  fragilizá-lo na luta pela reeleição. Uma das manobras é a transferência do domicílio eleitoral do deputado Bruno para a cidade vizinha de Aquiraz. Essa jogada é um recado direto ao prefeito Edson Sá (MDB), candidato à reeleição.

Com a transferência do domicílio eleitoral do filho, Acilon tenta resolver duas equações:

1) inibir que o prefeito Edson Sá apresente candidato a prefeito do Eusébio;

2) combinar com o próprio Edson que, ruim, juntos, pior, separados. Ou seja, a união dos dois – cada um cuidando do seu próprio território e, até mesmo, construindo chapas conjuntas na corrida pela reeleição, é o melhor caminho para ambos.

O desafio de Acilon que, em 2004, se elegeu para o primeiro mandato de prefeito, é manter o seu grupo abrigado no Município do Eusébio, conquistar novas prefeituras e pensar mais alto na eleição de 2022 (Governador ou Senador).

O plano traçado tem prefeituras da Grande Fortaleza como o principal foco  – além do Eusébio e Aquiraz, Cascavel, Beberibe, Itaitinga, Pindoretama e Chorozinho. A boa saúde financeira e a proximidade geográfica do Eusébio com essas cidades favorecem o desenho do mapa político para as eleições do próximo ano.

A costura passa pela boa relação com o vizinho município de Aquiraz e, também, pela eleição do seu atual vice Paulo César Feitosa para a Prefeitura de Itaitinga. Acilon fez questão de deportar o vice e o garantiu apoio para fazê-lo prefeito de Itaitinga. Com a saída de PCF, Acilon fica sem sombra e pode escolher o seu antecessor Júnior como companheiro de chapa para 2020.

Com os números na mão, Acilon sabe que o custo para bancar duas campanhas envolvendo os laços familiares – ele, no Eusébio, e o filho Bruno, em Aquiraz, é um risco desnecessário e muito dispendioso, embora tenha na atual estrutura administrativa o suporte essencial para construir palanques e trabalhar para conquistar novos territórios. A prioridade, porém, é manter a oligarquia do Eusébio que, com mais um mandato, chegará, em 2024, aos 20 anos de existência.