Problema recorrente! Colecionando queixas e denúncias de cearenses sobre a má qualidade dos serviços prestados na área da energia elétrica, a Enel Distribuição voltou a ser foco dentro da Assembleia Legislativa e levou um grupo de deputados estaduais a pedir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para averiguar  as imputações contra a concessionária. Dentro do Bate-Papo desta sexta-feira (14), os jornalistas Luzenor de Oliveira e Beto Almeida comentaram a situação.

Duplicidade das contas, suspensão do fornecimento de energia sem aviso prévio e a demora no atendimento da solicitação de serviços são os principais problemas citados pela população que chegam aos ouvidos dos parlamentares. No plenário da AL, nessa quinta-feira (13), o deputado Fernando Hugo falou sobre a importância da CPI que teve iniciativa oriunda do deputado Delegado Cavalcante e que atualmente conta 20 assinaturas, restando apenas as análises jurídica e parlamentar para que a Comissão seja, de fato, instaurada.

Ao comentar o pronunciamento do deputado Fernando Hugo, que afirmou que os parlamentares integrantes da Comissão de Defesa do Consumidor estavam dispostos para darem prosseguimento à investigação da Enel, Luzenor declara que todos os 46 deputados também precisam estar à disposição para contribuir com este processo. “Se existe hoje uma causa que merece a atenção de um poder, no caso legislativo, é esse desrespeito que a Enel faz diariamente com os consumidores tanto no interior quanto na Grande Fortaleza”, diz Luzenor.

Em sete anos (de 2013 a 2019) foram R$ 94 milhões em multas aplicadas pela Agência Reguladora do Estado do Ceará (Arce) contra a Enel. Somente em 2019 foram R$ 6,4 milhões de reais. No mesmo ano, a Agência registrou mais de 10 mil reclamações contra os serviços prestados pela Enel no Estado, sendo as principais reclamações: erro de leitura; falta de energia; variação de consumo; apresentação e entrega de fatura; consumo elevado; e cobrança indevida.

“A insatisfação é crescente”, afirma o jornalista Beto Almeida ao comentar o assunto dizendo que as reclamações vão do pequeno ao grande comerciante. Ademais, ele levanta um questionamento se realmente uma nova CPI trará mudanças positivas e reais para a prestação do serviço no Estado do Ceará. Ele finaliza dizendo que é necessário uma verdadeira ação dos órgãos que fiscalizam o serviço junto a Enel:

Tem que haver, de fato, é uma atuação rigorosa dos órgãos de Defesa do Consumidor, parando de fazer apenas observações e ameaças pontuais e partindo pra tomadas de medidas e o segundo ponto que eu questiono é o papel da Arce. É um concessão, a Enel é uma empresa privada, mas ela explora o serviço público”

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