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“Eu tenho tanta obsessão de desmascarar o [ministro da Justiça, Sérgio] Moro, desmascarar o [Deltan] Dallagnole e a sua turma e desmascarar aqueles que me condenaram que eu ficarei preso 100 anos, mas eu não trocarei a minha dignidade pela minha liberdade”.

Foi o que disse o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista aos jornais Folha de São Paulo e El País.

O petista, que está preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba desde 7 de abril do ano passado, teve o direito de falar a jornalistas concedido após uma longa discussão no judiciário. Nessa quinta, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski deu parecer a favor de Lula, permitindo que ele selecionasse os veículos de comunicação pelos quais gostaria de ser entrevistado. No primeira decisão, a Justiça havia dito que a entrevista seria aberta para outros profissionais da área, o que foi mudado nessa quinta.

O petista também fez várias críticas ao presidente da República, Jair Bolsonaro. Ele afirmou que “o Brasil está sendo comandado por um ‘bando de malucos'” e avaliou que, sem um partido sólido, o atual mandatário brasileiro não “perdura”. Além disso, Lula convidou a elite do país a fazer uma reflexão.

“Vamos fazer uma autocrítica geral nesse país. O que não pode é esse país estar governado por esse bando de maluco que governa o país. O país não merece isso e sobretudo o povo não merece isso”, afirmou.

Segundo reportagem do Correio Braziliense, Lula falou sobre a necessidade de diálogo entre os partidos da esquerda e lembrou do episódio em que senador Cid Gomes (PSB-CE), irmão de Ciro Gomes (PDT), havia dito a frase “O Lula tá preso, babaca!”. Quanto à política externa, o ex-presidente disse que, hoje, o país tem “o mais baixo nível de política externa que já vi na vida”. Ele também criticou a atuação do chanceler Ernesto Araújo, que hoje comanda o Itamaraty.