A clínica de nefrologia investigada pelo Ministério Público Estadual do Ceará por uso de substância fabricada clandestinamente recebeu neste ano mais de R$ 1,3 milhão de repasses do poder público para atendimento aos pacientes. Na segunda-feira, a Polícia Civil prendeu em flagrante o responsável pela unidade de saúde, que funciona há mais de 10 anos no município de Iguatu. O MPCE investiga a morte de sete pessoas após uso do medicamento.

De acordo com o promotor de Justiça Flávio Corte Pinheiro, o administrador da clínica alegou em depoimento para a polícia que fabricava a substância clandestinamente por dificuldades financeiras. Porém, o MPCE acredita que o suspeito tenha mentido, já que a unidade de saúde dava lucro e que deveria possuir reserva financeira para dar assistência médica de forma legal.

Durante a operação, a Vigilância Sanitária, o Ministério Público e a Polícia Civil flagraram diversas irregularidades, dentre as quais o uso nos pacientes de Concentrado Polieletrolítico para Hemodiálise produzido de maneira clandestina pela administração da clínica. A substância era produzida clandestinamente em um imóvel anexo ao prédio da unidade. A manipulação do medicamento era feita por uma pessoa sem formação nas áreas de química ou farmácia e os recipientes utilizados não passavam por esterilização