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A Assembleia Legislativa do Estado do Ceará e o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará assinaram, nesta quarta-feira (3), termo de cooperação técnica para realização do projeto Bem-Me-Quero, de iniciativa do Movimento das Mulheres do Legislativo Cearense (MMLC). O objetivo é promover a capacitação de mulheres em cumprimento de pena, seja regime aberto ou semiaberto, a fim de resgatar a autoestima e fortalecer o desenvolvimento emocional para o retorno da vida em sociedade.

O presidente da AL, deputado José Sarto (PDT), ressaltou a importância do projeto diante de um contexto tão desfavorável para as mulheres, com altas taxas de feminicídio:

“Já temos muitos equipamentos, mas também é preciso construir coisas imateriais, valores que não sejam só cimento e aço, e é aí onde se insere esse termo de cooperação”, destacou.

Segundo a presidente do MMLC, Meire Costa Lima, o projeto está previsto para iniciar no mês de agosto.

“O curso terá duração de três meses e vai desenvolver a inteligência emocional dessas mulheres, visando prepará-las para o retorno do convívio em sociedade”, informou.

De acordo com o presidente do TJCE, desembargador Washington Araújo, a tendência é que o escopo do projeto seja ampliado.

“Há outras formas de abordagem, de ressignificar a vida dessas mulheres e levá-las ao autoconhecimento, que é a maneira de você realmente crescer e mudar o rumo da sua vida”, pontuou.

A juíza da 2ª Vara de Execuções Penais de Fortaleza, Luciana Teixeira de Souza, salientou que, além da prisão em si, as mulheres também sofrem com a questão da perda de vínculos familiares.

“Trabalhando a reinserção dessas mulheres no mercado de trabalho, permitimos que elas possam se reinventar como pessoas”, avaliou.

O projeto Bem-Me-Quero será ministrado pela conselheira fiscal do MMLC e Master Coach Integral Sistêmico, Viviane Vale. Durante as aulas, serão abordadas – por meio de técnicas de coaching – questões relativas à autoestima e à inteligência emocional dessas mulheres. Os encontros acontecerão no Edifício Deputado José Euclides Ferreira Gomes (anexo II da AL).

Serão destinadas até 30 vagas para o curso. O Tribunal será responsável por realizar triagem, seleção e avaliação psicossocial das participantes. Elas serão acompanhadas pelo Núcleo de Apoio Psicossocial da Varas de Execução Penal, que apresentará relatórios sobre o andamento do projeto.

Além de disponibilizar estrutura física para a realização do curso, a Assembleia Legislativa incluirá as participantes como beneficiárias dos serviços prestados à comunidade nas áreas da saúde, de proteção ao consumidor e ao cidadão.