Os dirigentes estaduais do PSL trabalham com um cenário de profunda desidratação do partido após o desligamento  da família Bolsonaro dos quadros da agremiação. O presidente Bolsonaro anunciou a criação da Aliança Pelo Brasil e levará do PSL, pelo menos, 27 dos 53 representantes da sigla na Câmara Federal.

Os dirigentes nacionais e estaduais traçavam planos para eleger, sob a liderança do presidente Bolsonaro, um número expressivo de vereadores e prefeitos. O otimismo contamina, também, as lideranças regionais que viam a possibilidade real do PSL avançar sobre os Municípios, com um bom número de prefeitos nas eleições de 2020.

O confronto interno, porém, mudou e o PSL terá quadros reduzidos em termos de militantes e de pré-candidatos às eleições de vereador e prefeito. Muitos filiados que ingressaram no partido durante a campanha de 2018 e, também, neste ano, após Bolsonaro chegar ao Palácio do Planalto, começam a desembarcar e seguirão o caminho partidário que está sendo desenhado pelo grupo do presidente da República.

Aliado de primeira hora do presidente Bolsonaro, o deputado estadual André Fernandes, que tem conflitos com o deputado federal Heitor Freire, deixará o PSL, assim como o delegado Cavalcante. Heitor permanecerá no partido e integra o grupo do presidente da Executiva Nacional, Luciano Bivar, com quem Bolsonaro rompeu.

Em nota, Heitor Freire afirmou que:

“As informações divulgadas pela mídia não são oficiais, não podem ser consideradas verdadeiras. Até onde sei, quem quiser acompanhar o Bolsonaro na saída do PSL ou de outros partidos será bem-vindo. Independentemente disso, eu já comuniquei que não vou sair do PSL, então não há necessidade de estar presente em qualquer reunião de convencimento. Estar no partido A ou B não vai mudar o meu apoio ao presidente Bolsonaro. Sou e continuarei sendo fiel a ele nas pautas importantes para o país no Congresso Nacional”.

A Aliança Pelo Brasil ainda depende de aprovação dor registro pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A expectativa do grupo de Bolsonaro é viabilizar o partido até março de 2020, a tempo de lançar candidatos às eleições municipais.  São necessárias 500 mil assinaturas, em pelo menos nove estados, para que a criação de uma agremiação comece a ser analisada pelo TSE. As assinaturas são coletadas de forma digital e serão apresentadas ao TSE no momento em que for solicitado o registro do novo partido.