Depois de oito trimestres consecutivos de retração, a economia brasileira dá sinais de saída da recessão. O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central (BC) fechou o primeiro trimestre de 2017 com alta de 1,12% em relação aos três meses anteriores. Em comparação com o primeiro trimestre de 2016, a atividade registrou alta de 0,29%.

Os dados reforçam o discurso oficial de que a economia já deixou o pior para trás e também estão alinhados à avaliação do próprio BC de que o cenário é de retomada gradual ao longo de 2017. Na sexta-feira passada, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, apontou que a expectativa era de alta do IBC-Br superior a 1% no comparativo trimestral.

Em março, o IBC-Br teve baixa de 0,44%, após variação positiva de 1,37% em fevereiro (dado revisado de alta de 1,31%). Nos 12 meses encerrados em março, houve retração de 2,63% na série sem ajuste (baixa de 2,78% no dado ajustado). Devido às revisões constantes do indicador, o IBC-Br medido em 12 meses é mais estável do que a medição mensal, assim

Os resultados vieram melhores do esperado pelos agentes de mercado. A média das projeções feitas por 18 instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data sugeria baixa de 0,99% no mês. As estimativas variavam entre queda de 0,7% a recuo de 1,87%.

O comportamento do indicador no mês de março foi influenciado pela queda de 1,9% do varejo, da retração de 2,3% do volume de serviços e por uma baixa de 1,8% da produção industrial.Para 2017, o mercado trabalha com um crescimento de 0,5% do PIB. O BC estima também trabalha com alta de 0,5%, mesmo percentual do Ministério da Fazenda. Embora seja anunciado como “PIB do BC”, o IBC-Br tem metodologia de cálculo distinta das contas nacionais calculadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O indicador do BC leva em conta a trajetória das variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (agropecuária, indústria e serviços). A estimativa do IBC-Br incorpora a produção estimada para os três setores acrescida dos impostos sobre produtos. O PIB calculado pelo IBGE, por sua vez, é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país durante certo período. O resultado do PIB será divulgado em 1º de junho.

Informações O Valor Econômico