As exportações cearenses não mantiveram em abril o mesmo ritmo registrado nos primeiros três meses de 2017, alcançando US$ 94,5 milhões. Apesar de representar uma retração de 50,9% em relação a março, o montante é 24,7% superior a igual período de 2016, quando fora exportado US$ 75,8 milhões. Trata-se do nono mês consecutivo em que o Estado registra aumento quando comparado com os meses do ano anterior.

As importações também registraram queda (33,4%) em abril em relação ao mês anterior, chegando a US$ 167,9 milhões. Entretanto, o resultado é 73,0% superior à igual período de 2016, quando o Estado importou US$ 97 milhões. Como resultado dessas movimentações, a balança comercial cearense registrou déficit de US$ 73,3 milhões no mês de abril. Os dados são do estudo Ceará em Comex do mês de maio, elaborado pelo Centro Internacional de Negócios da FIEC.

Observando o comportamento das trocas comerciais do Estado no acumulado do ano, as vendas externas cearenses alcançaram a cifra de US$ 618,9 milhões – alta de 97,4% quando comparado com 2016. No sentido inverso, as compras do exterior atingiram US$ 749,9 milhões – elevação de 53,8%. Como resultado final de tais movimentos, a balança cearense no primeiro quadrimestre de 2017 ficou negativa em US$ 131 milhões. Apesar do resultado, tais valores representam uma evolução em 53,8% em relação a 2016, quando o Estado acumulou déficit de US$ 283,4 milhões. Os resultados das trocas comerciais do Estado influenciaram diretamente na participação das exportações e importações cearenses na balança comercial do Nordeste no acumulado do ano, onde o peso das vendas externas do Ceará avançou de 8,11% (em 2016) para 12,2% (em 2017), e das compras do exterior passou de 11,66% (ano passado) para 11,51 (atual). Em relação ao Brasil, as vendas externas do Estado apresentaram alta, de 0,56% e 0,91%.

Também nesse sentido, a participação das compras do exterior foi de 1,07% para 1,60%. O Ceará posicionou-se na décima quinta colocação no ranking dos estados exportadores brasileiros, com US$ 618,9 milhões, ficando à frente dos US$ 425 milhões registrados por Alagoas, mas atrás dos US$ 651,2 milhões de Pernambuco. Não obstante, em termos de indicadores de crescimento, o Ceará registrou a quinta maior alta no país com 97,4% e bem acima da média nacional com 21,8%. No tocante aos principais municípios cearenses exportadores, Cascavel, Caucaia e Aquiraz apresentaram quedas nas suas vendas externas quando comparado com igual período de 2016. São Gonçalo do Amarante lidera a lista com US$ 333,1 milhões (representando mais da metade da pauta exportadora cearense). As exportações da Companhia Siderúrgica do Pecém – CSP têm destaque na série temporal do Ceará, repercutindo mais diretamente nas vendas externas do referido município.

Examinando o ranking dos principais setores exportadores do Ceará, o setor de “ferro fundido, ferro e aço”, afirma sua posição no topo da lista, com aumento exponencial em torno de 18 mil pontos percentuais (saindo de US$ 1,7 milhão para US$ 314 milhões) sobre 2016. Mais uma vez, constata-se a importância da CSP no perfil das exportações cearenses. Ainda como destaque, registra-se o aumento no setor de “Sucos de frutas e demais preparações de produtos hortícolas/de frutas”, com 55,5%. Em sentido contrário, “Máquinas, aparelhos e materiais elétricos”; “frutas (incluindo castanha de caju”; e “Algodão” registraram as maiores quedas, respectivamente de 55,4%; 43,6%; e 41,0%. Principal comprador dos produtos cearenses no ano, os Estados Unidos, embora tenham perdido participação na pauta exportadora (caindo de 25,7% para 23,3%) avançaram em valores, passando de US$ 80,5 milhões para US$ 144,0 milhões (alta de 79% no período).

Vale ressaltar o aumento significativo de mais de nove mil pontos percentuais do volume exportado para a Turquia, firmando a terceira colocação. Há também consideráveis elevações para a Coréia do Sul (quatro mil pontos), Tailândia (mil trezentos e setenta pontos) e Índia (mil e sessenta pontos). Nesses dois primeiros registros, a retaguarda é formada pelas exportações de chapas metálicas pela CSP. Já o mercado indiano foi abastecido sobretudo pelo gás natural. Verificando o ranking dos estados brasileiros importadores em 2017, o Ceará se firma na décima terceira posição, com US$ 749,9 milhões. Apenas quatro Unidades da Federação (RJ, MS, DF e PA,) apresentaram decréscimos nas compras externas. São Gonçalo do Amarante continua sendo a cidade com a maior participação (45,7%) no ranking dos municípios cearenses importadores, com US$ 342,5 milhões. Destaques para Tianguá e Eusébio, com aumentos respectivos de 295,9% e 155,6% quando comparado com o ano anterior.

Em relação aos principais setores importados pelo Estado em 2017, “Combustíveis e óleos minerais” lidera a lista, com US$ 321,5 milhões. Outros destaques se relacionam aos elevados aumentos na participação de “Algodão” e “Produtos diversos das indústrias químicas”, respectivamente em 695% e 202%, se comparados ao ano de 2016. Chama ainda atenção a elevação de 122,5% dos “Ferro fundido, ferro e aço. Na contramão, o setor de “Máquinas, aparelhos mecânicos e suas partes” registrou queda de 23%, em virtude, em sua grande parte, do início das operações da CSP e consequentemente, fim das compras de maquinários pela Companhia. A China se configura como o principal parceiro das importações cearenses no primeiro quadrimestre, com US$ 115,3 milhões e crescimento de 8,1%. Grandes aumentos são registrados no Canadá (266,5%), Austrália (592,3%); Colômbia (134,4%); e EUA (109,5%).

Com Fiec