O presidente do Congresso Nacional, senador Eunício Oliveira (MDB), que está com a convenção que homologará sua candidatura à reeleição marcada para a próxima sexta-feira, 3, em Fortaleza, luta para atrair siglas que o deem mais tempo na propaganda de rádio e televisão, mas sofre, nas últimas 48 horas, pressões e contratempos que nascem na Executiva Nacional do PT. Eunício recebeu, no último sábado, uma boa notícia com o resultado do Encontro de Tática Eleitoral do PT estadual que decidiu não lançar o senador José Pimentel à reeleição.

A decisão do PT foi comemorada e teve uma costura do governador Camilo Santana. Dois dias depois dessa decisão, Eunício e Camilo se encontraram no Marina Park Hotel, em Fortaleza, onde estavam dezenas de prefeitos, deputados estaduais e federais, lideranças políticas e dirigentes dos 24 partidos que irão apoiá-los. No local, também estava o ex-governador Cid Gomes, pré-candidato do PDT ao Senado. Os dois movimentos deram mais força ao senador emedebista.

Eunício passou, porém, a sofrer pressões de lideranças nacionais do PT. A porta voz do descontentamento e das críticas à decisão do Encontro de Tática Eleitoral do PT Ceará é a senadora Gleisi Hoffmann. Gleisi disse, nessa terça-feira, 31, como registra o Jornal O Estado de São Paulo, que o Diretório Nacional do partido irá entrar com um recurso junto ao Diretório petista no Ceará para derrubar a decisão da legenda no Estado de não indicar nome ao Senado Federal nas eleições 2018.

“Nós devemos ter um recurso a esse respeito no diretório nacional. Já fomos avisados disso, vamos discutir essa situação no diretório, portanto, é afirmar que o presidente Lula não mandou nenhuma carta de apoio a Eunício e não apoiaremos Eunício. A discussão sobre a vaga será feita no diretório nacional”, expôs Gleisi, que ainda mandou recado ao governador cearense. “Ele (Camilo Santana) que tem que responder sobre isso (proximidade com Eunício), estou falando da posição do PT. Nós não apoiamos o Eunício, temos uma posição contrária a ele e o governador sabia disso. Já tinha manifestado a esse respeito”, disparou Gleisi, em nota.

A decisão do Encontro Estadual do PT sepultou a candidatura de José Pimentel a um novo mandato de senador.  “Lamento muito a decisão do meu partido de abrir mão de disputar uma das duas vagas ao Senado Federal. As consequências serão históricas e percebidas a partir de 2019”, queixou-se Pimentel logo após a decisão dos delegados do PT que o deixaram fora da chapa encabeçada pelo governador Camilo Santana e que terá como candidato ao Senado o ex-governador Cid Gomes (PDT). A outra vaga ao Senado será ocupada pelo presidente do Congresso Nacional, senador Eunício Oliveira.

O MDB não fará aliança formal com PT e PDT, mas terá um bloco de partidos aliados ao Palácio do Planalto para garantir-lhe tempo na propaganda de rádio e televisão e maior visibilidade na corrida eleitoral. O caminho de construção dessa aliança sofreu resistência, nas últimas horas, dentro do PDT e, especialmente, no PT nacional. A Convenção Estadual do MDB está marcada para a próxima sexta-feira, na sede da ABB, na Avenida Barão de Studart, no Bairro Dionísio Torres, em Fortaleza.