Comunidades Tapebas de Caucaia estão mobilizadas para defenderem uma área onde hoje estão acampadas 67 famílias indígenas ameaçadas de expulsão pela justiça. O proprietário do terreno entrou com pedido de reintegração de posse, mas segundo a Funai trata-se de uma aérea de litígio estando inserida no processo de demarcação de terras indígenas
no município.

A esperança para evitar o confronto seria a publicação da Portaria Declaratória da Terra Indígena Tapeba que encontra- se no Ministério da Justiça, antes do dia 13 de fevereiro. A Associação dos Índios Tapebas de Caucaia protocolou junto a Funai, em Fortaleza, pedido de audiência no dia 20 de dezembro de 2016, mas até agora nenhuma resposta.

O presidente da associação, vereador e advogado Weiber Tapeba, acredita que vá haver
confronto no próximo dia 13 de fevereiro, uma vez que as famílias não têm para onde ir e, principalmente, por tratar-se de uma terra que, por direito, pertence a eles.

O prazo dado pela Justiça Federal no Ceará para que as famílias deixe a área é dia 13 de fevereiro.

Segundo o presidente da associação já neste dia as comunidades Tapebas estarão acampadas no local para evitar a expulsão. Weiber acha muito pouco provável que a publicação da portaria seja feita em tempo hábil,  uma vez que o Ministério da Justiça está às voltas com o grande problema dos presídios.

A área Tapeba em Caucaia, compreendendo 5.800 ha, é objeto de regularização  há mais de 30 anos. Os estudos para identificar e delimitar a terra tiveram  inicio em 1985. De lá para cá muitos entraves e retrocessos aos direitos territoriais indígenas provocam indignação. Para Weiber, as instituições são omissas em garantir os direitos desses povos no Brasil.

Jornal Grande Porto