As articulações estão sendo intensas entre as lideranças políticas que buscam atrair os deputados federais dispostos a trocar de partido a poucos dias da abertura da chamada janela que permite mudanças de sigla sem prejuízos ao mandato. A janela será aberta no dia 7 de março e até o dia 7 de abril os detentores de mandatos poderão trocar de partido com o respaldo da legislação eleitoral.

Muitos deputados estaduais se preparam para mudar de endereço na busca de uma reeleição com menos dificuldades. O troca troca de partidos também atingirá a bancada federal do Ceará. Diferentes das eleições passadas, o pleito de 2018 não terá financiamento de campanha com doações de empresas. Os partidos terão disponíveis recursos do chamado fundo partidário e do fundo de campanha.

Os recursos serão usados para bancar as campanhas dos candidatos proporcionais (deputado estadual e deputado federal) e majoritários (senador, governador e presidente da República). Para atrair filiados com mandatos, a  principal moeda de troca usada pelos partidos tem sido o dinheiro público que bancará as campanhas. Além do fundo eleitoral, estimado em R$ 1,7 bilhão, mais R$ 888 milhões do Fundo Partidário poderão ser distribuídos aos candidatos.

A chamada “janela partidária” foi instituída em 2016 por meio de uma emenda constitucional que, na prática, estabelece um período de 30 dias no qual parlamentares podem mudar de partido sem que percam os seus mandatos. Uma reportagem do Jornal O Estado de São Paulo revela, neste sábado, que os dirigentes dos partidos avançam para garantir mais parlamentares em suas legendas. Os recursos do fundo eleitoral à disposição dos deputados os atraem para um novo rumo partidário.

Segundo a reportagem, as ofertas podem ser grandes, mas o tamanho do fundo eleitoral é pequeno para contemplar com as verbas prometidas tanta gente que pode trocar de partido.  O deputado Paulinho da Força (SD-SP), de acordo com a reportagem, tem carregado planilhas que mostram quanto cada legenda terá de recursos para “desmistificar” promessas feitas por dirigentes de outras legendas. “Tem partido falando que vai dar R$ 2 milhões para cada deputado, mas não tem condições. Mostro logo a tabela para desmentir o cara”, afirmou Paulinho.

Segundo relatos de parlamentares, legendas do Centrão como PP, PR e PTB estão oferecendo aos deputados que toparem mudar de sigla o valor máximo que poderá ser gasto numa campanha para a Câmara este ano: R$ 2,5 milhões. Dirigentes dos partidos que compõem o bloco informal negam que as negociações estejam sendo feitas nesses termos. O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, no entanto, confirmou que reservou para cada deputado do partido cerca de R$ 2 milhões da fatia do fundo eleitoral a que o seu partido terá direito.