Líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP) disse nesta terça-feira que é possível aproveitar parte da reforma da Previdência enviada pelo governo Michel Temer, o que seria uma forma de agilizar a tramitação da medida no Congresso. Após reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, o senador disse que defende, pessoalmente, essa opção, mas a decisão final caberá ao presidente Jair Bolsonaro.

Estamos discutindo todas as possibilidades, de ter já um processo no curso final, que é aproveitar toda a PEC 287 e fazer eventualmente emendas de plenário, afirmou o parlamentar, ao sair do gabinete de Guedes.

Na semana passada, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sinalizou que a medida deve cumprir todo o rito previsto no regimento da Casa. Ainda assim, calculou que o texto poderia ser votado em maio na Câmara e até julho no Senado. A expectativa é que a reforma da Previdência seja encaminhada pelo governo na semana que vem.

Major Olímpio disse que o encontro com Guedes foi para traçar estratégias para convencer a classe política a apoiar a reforma da Previdência. Ele afirmou que há uma maioria a favor de alguma reforma da Previdência, mas que ainda não há clareza quanto a consenso em relação a medidas específicas, como idade mínima igual para homens e mulheres e tempo de transição para as novas regras. O senador afirmou que será preciso conversar com todos os partidos da Casa, inclusive o MDB, do rival Renan Calheiros.


Major Olímpio disse ainda que não vê problema caso o governo decida enviar ao mesmo tempo a reforma da Previdência e o pacote anticrime elaborado pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro. As duas medidas são consideradas polêmicas e há um temor de que a discussão possa ser travada no Congresso com as duas tramitações em paralelo.

As duas coisas são fundamentais. Quando você pergunta o que mais desespera a população hoje não é nem o desemprego, é a violência. Não vejo que tenha relação, ou passa uma coisa ou passa outra, afirmou.