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O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) pediu, na noite dessa quarta-feira (17/7), a prisão do prefeito afastado de Uruburetama (CE), José Hilson de Paiva. O política e ginecologista é acusado de abusar sexualmente de pacientes. No pedido à Justiça, a promotoria alega que ele pode comprometer a investigação.
De acordo com o MPCE, mesmo afastado das funções de prefeito e médico, José Hilson de Paiva “é considerado influente no município e no meio político estadual, sendo capaz de, diretamente ou por interpostas pessoas, coagir, constranger, ameaçar, corromper, enfim, praticar atos tendentes a comprometer a investigação do Ministério Público e da Polícia Civil. O requerimento ratifica representação de prisão preventiva da Polícia Civil”.
José Hilson trabalhou como médico da Prefeitura de Cruz de 1992 a 2012, e manteve um consultório particular na cidade até 2018. Ele é acusado de praticar, desde 1986, o crime de abuso sexual e estupro de suas pacientes, conforme denúncias de mulheres que passaram por consulta ginecológica. Além disso, Hilson gravou 63 vídeos, filmados por ele próprio, com 23 pacientes. O material está em poder do MP.
Em nota ao Correio, a defesa do prefeito atribuiu a denuncia a fatos políticos. “Os registros audiovisuais divulgados são primitivos, datando de muitos anos atrás. Portanto, do ponto de vista penal, não se descarta a verificação da extinção da punibilidade em tais fatos remotos, atingidos pelo instituto da decadência”, diz o texto.
O advogado Leandro Vasquez também questiona o argumento de que José Hilson de Paiva poderia atrapalhar o caso. “Como poderia influenciar na investigação de fatos ocorridos no passado distante? Que atos concretos de interferência foram praticados? Ora, desde que tomou conhecimento de que havia tal investigação, o Sr. José Hilson manifestou por escrito sua disposição em colaborar com todas as autoridades envolvidas na apuração. Nos parece que a prisão ora postulada visa a satisfazer a opinião pública, e não ao Direito”, afirma.