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O sentimento de indignação invadiu, nesta terça-feira (18), o Plenário da Assembleia Legislativa com a repercussão da denúncia feita pelo deputado André Fernandes (PSL) de que o colega Nezinho Farias (PDT) teria envolvimento com facções criminosas. André fugiu, não apareceu na Assembleia e foi alvo de duras críticas dos deputados que manifestaram solidariedade  ao pedetista.

O sentimento de indignação é tão grande que a ideia de cassação do mandato de André Fernandes por quebra de decoro parlamentar não é  descartada. No entendimento dos deputados, a acusação não atingiu apenas Nezinho Farias, mas a todos os 46 parlamentares.

Nezinho recebeu solidariedade dos deputados estaduais que o descreveram com uma trajetória política exemplar, de luta, de trabalho e dedicação e que essa história não pode ser manchada pela irresponsabilidade de uma denúncia infundada. Nezinho se disse orgulhoso da história que construiu e que ninguém vai destruí-la com um pedaço de papel. Ele disse que estava passando o pior momento da vida política de 31 anos de atividade pública.

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Os deputados estaduais recorreram a duras expressões e palavras para externar o sentimento de revolta e indignação contra a denúncia feita por André Fernandes. O deputado Heitor Férrer (SD) pediu a André para ter um gesto de humildade e, com a mesma valentia que denunciou, ocupasse a Tribuna da Assembleia para pedir se penitenciar do erro e da acusação inundada.

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O petista Elmano Freitas pediu responsabilidade nas denúncias, condenou o uso da imunidade parlamentar para mentiras e defendeu que, ao acusador, deve ser dada a mesma punição a quem é acusado e, comprovadamente, esteja envolvido com alguma organização criminosa. Elmano disse não ter dúvida de que André feriu o decoro parlamentar.

Ao manifestar solidariedade ao deputado Nezinho Farias, o deputado João Jaime (DEM) lamentou que uma denúncia irresponsável possa destruir a imagem de um parlamentar e comprometer a todos os 46 integrantes da Assembleia Legislativa. João disse que a denúncia, por mais infundada que seja, acaba por gerar prejuízos e danos irreparáveis à imagem de quem é vítima da acusação. Isso, porque, segundo ele, os adversários exploram a denúncia como se verdadeira fosse.

João Jaime, que tratou André Fernandes, como “rapaz”, o acusou de uma atitude não condizente com o papel exercido por um deputado estadual. Uma atitude, em seu entender, que fere o decoro parlamentar.

Ele pediu para não existir caça às bruxas, mas apelou para o Conselho de Ética ser ágil para barrar denúncias inverídicas e defendeu que o assunto seja superado para a Assembleia manter a agenda de normalidade nos debates e discussões de projetos que interessam a população.

Ao final das manifestações dos deputados estaduais, com pedido da apuração da denúncia no Conselho de Ética, o presidente da Assembleia Legislativa, José Sarto (PDT), disse que o mandato dá inviolabilidade ao parlamentar, mas que isso não pode se transformar em irresponsabilidade.

A Mesa Diretora já foi notificada sobre a denúncia feita ao Ministério Público pelo deputado André Fernandes. Sarto prometeu celeridade no processo de apuração da denúncia e possível punição no Conselho de Ética quando a denúncia é infundada.