A equipe econômica pretende criar um novo imposto nos moldes da CPMF que deve ter um teste de seis meses a um ano, em que vigorará com alíquota reduzida. A ideia dos técnicos é calibrar a capacidade de arrecadação do novo tributo para substituir, aos poucos, a contribuição sobre folha de pagamento, que financia a Previdência. O novo tributo, que vem sendo chamada internamente apenas de contribuição previdenciária (CP), começaria com uma alíquota de aproximadamente 0,2%.

Nesse patamar, seria possível cortar a alíquota do imposto sobre salários — recolhido por empregadores — de 20% para até 13%. A CP subiria gradativamente, até que sua arrecadação seja suficiente para cobrir a desoneração total da folha. Nesse ponto, também seriam substituídos ao menos outros dois tributos: o IOF e a CSLL.

A criação de um imposto nos moldes da CPMF enfrenta forte resistência de parlamentares e até do presidente Jair Bolsonaro. O chamado “imposto do cheque” vigorou entre 1997 e 2007 e se tornou impopular, principalmente por ter aumentado a carga tributária. Além disso, especialistas afirmam que o tributo geraria distorções por ser cumulativo: ou seja, seria cobrado em todas as etapas da cadeia de produção.

Para vencer essas resistências, a equipe econômica defende que o novo tributo não é uma simples reedição da CPMF, porque substituirá outro imposto. Portanto, não haveria aumento da carga. O time do ministro Paulo Guedes também aposta no argumento de que a nova contribuição será criada por uma causa nobre: incentivar a geração de empregos.