Prédio reformado, restauro de mais de 160 mil itens e um espaço cultural integrado para celebrar a nova fase que se inicia na história do Museu da Imagem e do Som do Ceará (MIS-CE). O projeto do Novo MIS recebeu ordem de serviço nesta quarta-feira (6), em solenidade no canteiro de obras do prédio, na Avenida Barão de Studart, no bairro Aldeota, em Fortaleza. O documento foi assinado pelo governador Camilo Santana e pelo prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, dentro do Programa Juntos Por Fortaleza, uma ação integrada de investimentos conjuntos dos dois poderes executivos para a melhoria da qualidade de vida, criação de oportunidades e fortalecimento da convivência da população na Capital. Com a obra de restauro da casa-museu e do novo edifício do MIS, serão investidos mais de R$15 milhões em cultura pelo Governo.

“Fiquei encantado com a beleza da arquitetura e com a proposta do novo equipamento. A ideia inicial era fazer a reforma da casa do MIS, mas aí veio a oportunidade de fazer esse espaço, um museu que pudesse dialogar com um circuito que chamará ‘Circuito Abolição de Arte e Cultura’, agregando os demais espaços vizinhos. Estou muito empolgado também com a licitação da Estação das Artes, no Centro da cidade. Ali onde funcionava a antiga estação João Felipe teremos a pinacoteca integrada também com a Encetur. Será um novo espaço cultural importante em Fortaleza”, destacou o governador. E falou também de projetos para o interior: “Vamos ter também um grande centro cultural na região do Cariri. Descobrirmos um grande patrimônio histórico: um hospital construído por alemães que dará espaço ao novo centro cultural, administrado pelo Dragão do Mar, para que todos cearenses podem ter acesso. A cultura é uma forma de transformar a vida das pessoas”.

“O grande desafio da gestão cultural pública é divulgar os espaços existentes para que a população possa usufruir deles. A partir da obra, a Cidade vai receber um grande presente, através de um novo equipamento cultural e um espaço público para servir a população. Estes são valores importantes para a vida cultural, econômica e do cotidiano da cidade. Nossa felicidade vai ser ver o MIS sendo usado e frequentado por fortalezenses e turistas”, comentou também o prefeito Roberto Cláudio.

Acompanharam ainda a assinatura da ordem de serviço o secretário de Cultura do Estado do Ceará, Fabiano Piúba; o diretor do MIS, Xico Aragão; o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, Zezinho Albuquerque, além de vários agentes e realizadores culturais. Após a solenidade, a comitiva visitou a obra de manutenção e restauro da casa-museu, sede do MIS. Biblioteca, café, lojinha, auditório, salas multiuso e de exposição em um prédio de arquitetura contemporânea e uma praça integrada: tudo isso está contemplado no projeto do novo equipamento cultural para os cidadãos cearenses.

O secretário da Cultura do Estado do Ceará, Fabiano Piúba, aproveitou para falar dos investimentos no campo da cultura. ” O Ceará é um Estado que tem garantido a ampliação do orçamento para a cultura. É um compromisso do governador Camilo Santana que está já previsto na lei do Plano Estadual de Cultura, e que tem dado condição para estarmos hoje fazendo o restauro e ampliação do MIS”, afirmou o gestor.

A riqueza do acervo do MIS também foi mencionada pelo secretário. “Temos aqui no MIS mais 160 mil peças com ênfase nas coleções do Centro de Referência Cultural do Estado (CERES), com fotografias, cromos, cordéis, entrevistas, referente à cultura popular; temos a Coleção Paurillo Barroso, temos a coleção Humberto Teixeira que foi adquirida agora na gestão do Governo Camilo Santana, a coleção Sebastião Salgado (20 fotos), a coleção Antônio Gondim, do Oswald Barroso, as doações de imagens digitais do Nirez, Thomaz Pompeu Sobrinho e projetos institucionais como o acervo da Secult Itinerante. O MIS é um bem tombado, um patrimônio histórico que compõe o complexo do Abolição”, afirmou o secretário da Cultura.

O Novo MIS

Com a ampliação do espaço do MIS, o Ceará ganhará um novo equipamento cultural, capaz de receber exposições e armazenar mais de 160 mil itens do acervo formado por discos, fotos, filmes, VHS, DVDs, contemplando a cultura popular, o teatro, o artesanato, o cinema e a música. O Novo MIS abrigará também uma biblioteca, sala de pesquisa, auditório, salas multiuso, salas de pesquisa e um café. O total de investimento da obra do Novo MIS, e de reparo e manutenção da casa onde funciona o equipamento é de mais de R$15 milhões.

Próximo a completar 40 anos de história, o MIS é um espaço de afeto e memória, que reside na casa projetada pelo arquiteto José Barros Maia (Mainha) para ser residência do Senador Fausto Augusto Borges Cabral. “Estamos tendo possibilidade de ter um novo equipamento, com nova estrutura, e voltado pra recuperação do acervo e da infraestrutura”, comemora o diretor do MIS, Xico Aragão.

Com as obras do Novo MIS, a casa-museu continua ativa, servindo como espaço para atividades da programação. A casa contará com uma sala de capacitação, multiuso, onde servirá de auditório e sala de aula. Haverá também um local para exposição de longa duração e local para exposição de curta duração, além de abrigar uma ilha digital. Toda a casa vai ser toda reformada, com novas instalações elétricas, hidráulicas e sanitárias. Toda a coberta será trocada, o MIS ganhará uma nova iluminação na fachada e internamente. Entre as novidades estão um novo Café, que funcionará no jardim, na localidade próxima à Rua Dep. Moreira da Rocha com Av. Barão de Studart. “Teremos ambientes novos e um anexo que dialoga arquitetonicamente com a casa tombada”, explica o diretor do MIS.

Ações educativas e atratividade turística
Com o novo espaço, já estão sendo pensadas ações de formação artística. Entre as propostas estão uma exposição do fotógrafo Sebastião Salgado, outra abrigando o acervo histórico de Humberto Teixeira, recentemente adquirida pelo Governo do Estado, e uma exposição que trata da memória do equipamento. “Vamos fazer essa exposição sobre a própria casa que abriga o MIS levando em conta o caráter educativo das exposições, para que as pessoas entendam o processo de tombamento de um prédio histórico, um patrimônio cultural do Ceará”, explica Xico Aragão.

O diretor do MIS também vê o equipamento cultural como oportunidade de estratégica de atrair turistas para o Estado. “Estamos numa área privilegiada para o turismo, que compreende um polo cultural no Meireles, com o Mausoléu, que pretendemos fazer uma ressignificação do espaço, além de termos a capela do Palácio da Abolição, que também deve ser pensada como equipamento, assim como a galeria que existe no espaço. Assim, podemos pensar no Circuito Abolição da cultura e arte cearense”, destaca.

Mais sobre o MIS

O Museu da Imagem e do Som do Ceará, vinculado à Secretaria da Cultura, é responsável, desde sua fundação, pela preservação, difusão e pesquisa da memória audiovisual do Estado. Inaugurado em 1980 e instalado no subsolo do prédio da Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel. Após alguns anos, deixa o antigo Departamento de Patrimônio de Bibliografia, passando a pertencer ao Departamento de Audiovisual. Neste processo, teve seu acervo ampliado ao receber equipamentos e documentos do Centro de Referência Cultural (CERES), além de uma coleção de filmes da TV Educativa.

O Museu foi reestruturado no dia 7 de agosto de 1996 em sua atual sede, situada na Avenida Barão de Studart, 410, um dos pontos mais tradicionais de Fortaleza. A casa que hoje abriga o MIS-CE foi projetada pelo arquiteto José Barros Maia (Mainha) para ser residência do Senador Fausto Augusto Borges Cabral, sendo inaugurada em novembro de 1951 que, por determinação do Governador Virgílio Távora, em 1963, passou a ser residência oficial e sede do Governo do Estado, função que ocupou até 1971. Desapropriada pelo Governo Estadual, foi feita sede do Museu Antropológico do Ceará, que ali funcionou até 1990.

Além da arquitetura sóbria e harmoniosa, com jardins e flores,a casa conta com a proteção de dois leões de porcelana vindos da cidade do Porto (Portugal). Datadas do início do século XX, estas peças são a marca registrada deste prédio histórico que hoje abriga o MIS-CE.

Atualmente o acervo do MIS-CE é estimado em 160 mil peças entre discos de música brasileira e internacional (de 78, 45 e 33 e ½ rotações), CDs, fitas de áudio, de rolo, cassete e micro-cassete, um acervo de imagem (fotografias cópia papel e digital) com imagens de Fortaleza Antiga, de outros municípios cearenses, de personalidades, festas e folguedos populares, artistas populares (cordelistas, artesãos, escultores, etc) cromos e negativos, filmes de diretores cearenses e registros de danças e festas da cultura popular tradicional (em diversos formatos como vídeos betacam, betamax,VHS e super VHS, DVD, H-8, películas de 16mm e 35mm, etc.), depoimentos de personalidades da história do Ceará, cordéis, partituras e muitos outros objetos que contam a história registrados em suportes audiovisuais.

 

Com informação do Governo do Estado do Ceará