O prefeito Roberto Cláudio inaugurou a sede própria do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (Caps AD) 24 horas da Regional II. O equipamento chega para fortalecer as políticas públicas e a restruturação dos equipamentos da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) de Fortaleza. Com funcionamento 24 horas por dia e leitos de acolhimento noturno para estabilização de crises psiquiátricas e de abstinência, a unidade contará com uma equipe multiprofissional completa, formada por psiquiatra, psicólogo, enfermeiro, terapeuta ocupacional, técnico de enfermagem, assistente social, entre outros profissionais que auxiliam o acompanhamento dos pacientes.

“Além de uma estrutura moderna e de muita qualidade, o mais importante é que a gente oferta serviços como psiquiatria, terapia ocupacional e outros trabalhos de apoio a pacientes com problemas mentais, especificamente dependência química e, além disso, internamento 24 horas. Temos oito leitos para que os pacientes, sob recomendação, possam pernoitar e receber apoio profissional aqui dentro”, ressaltou Roberto Cláudio.

A nova sede tem uma área total de 1.408,76 m², conta com quatro consultórios de atendimento individual, farmácia, enfermaria, quatro dormitórios, área de atividade coletiva, espaço de convivência, refeitório, auditório, entre outros ambientes. Visando à ampliação do atendimento e melhoria dos serviços ofertados aos usuários, a unidade tem capacidade para realizar cerca de 2 mil atendimentos por mês. Segundo a secretária da Saúde, Joana Maciel, a rede de atenção psicossocial passa por algumas melhorias.

“Esta reestruturação envolve melhorias em estruturas físicas, já entregamos três unidades de acolhimento. Este é o terceiro Caps AD completamente novo, reformamos outras unidades, resolvemos também a questão dos medicamentos e o investimento mais importante que foi o concurso público. Desde maio, temos em torno de cem profissionais de várias categorias trabalhando nessas unidades, inclusive aqui”, disse.

O Caps AD tem perfil de atendimento voltado para pessoas que sofrem com problemas relacionados ao uso abusivo de álcool e outras drogas, tendo como propósito acolher, atender e acompanhar efetivamente o tratamento do usuário e seus familiares, além de promover estratégias de redução de danos e reinserção social, por meio de ações integradas com as diversas políticas relacionadas ao combate do consumo de substâncias alucinógenas e entorpecentes.

Para o coordenador das Redes de Atenção Primária e Psicossocial, Rui de Gouveia, o Caps é o local ideal para a busca de apoio psicológico e emocional.

“Quando nós temos um Caps pertencendo à comunidade, os ganhos são muito maiores, porque podemos implementar ações que fazem parte do cotidiano da comunidade. Cada caso é avaliado e tratado de acordo com a necessidade. O diferencial daqui, é que temos atendimento 24 horas. Existem casos que exigem uma observação um pouco mais prolongada e é mais seguro que ele passe a noite aqui. Esse é o objetivo do serviço. Garantir essa segurança para os pacientes”, explicou.

A.P.S, de 39 anos, enxergou no Caps a chance de recomeçar a vida. Desde 2015, ele é viciado em drogas e, hoje, passa por um processo de desintoxicação no Centro. É um dos quatro internos da unidade recém inaugurada. Ele é acompanhado por uma equipe e deve ficar 15 dias longe do crack. Depois, deve voltar para casa e continuar o tratamento. Segundo ele, o diferencial do Caps AD é o acolhimento.

“Primeiramente, senti o respeito. Pessoas que nunca quiseram ser maiores do que eu. Pessoas que estão aqui para ajudar, dar o apoio, dar a mão e dizer: ‘sim, se nós estivermos juntos, nós podemos vencer juntos’. Aqui, eu tenho terapeutas, médicos, enfermeiras, pessoas que estão do meu lado para me ajudar. Lá fora, têm pessoas que se preocupam comigo. Eu vim buscar a mudança, primeiramente, por mim. Mas lá fora tem meus filhos, minha mãe, minha esposa. Eles precisam que eu volte”, declarou.