A transição entre os Governos Temer e Bolsonaro pode abrir caminhos para aprovação da reforma previdenciária por meio de projetos de lei ordinária, mas os defensores das mudanças nas regras para aposentadoria irão enfrentar a fúria das centrais sindicais. A opção pelo projeto de lei se justifica porque, com uma lei ordinária, não é necessário o voto de 308 (dois terços) dos 513 deputados federais, como é exigido para aprovação de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) na Câmara dos Deputados.

A equipe de transição de Bolsonaro trabalha com técnicos do atual Governo para compor uma reforma previdenciária que seja viabilizada sem ser considerada radical para os trabalhadores e, ao mesmo tempo, gere confiança para quem deseja um estado menos comprometido com gastos.

Se o déficit da previdência não for contido, na linguagem dos economistas, poucos se atrevem a investir e montar negócios no Brasil com um poder público sempre gastando mais e com a crescente fome de arrecadar mais.

A reforma previdenciária está na pauta e, nesta semana, as centrais sindicais poderão colocar o bloco na rua para protestar contra as normas estudadas para desestimular os pedidos de aposentadoria mais precoce e a concessão de pensões que podem ser adiadas.

Reeleito deputado federal, Paulinho da Força, SD, já mandou um recado ao presidente eleito Jair Bolsonaro: Quando houver greves e manifestações, ele não vai ter ninguém para intermediar”, disse Paulinho, ao criticar, também, a decisão da equipe de Bolsonaro em acabar com o Ministério do Trabalho e transferir o Incra para a Agricultura.