A informação do governo é de que a assinatura regulamentando a área do Parque do Cocó não passe deste mês. Segundo o chefe de gabinete do Palácio da Abolição, Élcio Batista, faltam apenas alguns detalhes técnicos de um documento a ser celebrado entre o governador Camilo Santana e o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio. A assinatura é uma promessa de campanha do governador Camilo Santana e deveria ter acontecido no ano passado. Na época, Camilo justificou dizendo “vamos deixar pro próximo ano, porque neste ano já tem coisa demais. Mas, logo no início do próximo ano, se Deus quiser, nós vamos regulamentar”, disse em entrevista ao jornal O Povo.

Promessa de outros três governadores, o projeto de regulamentação do parque terá uma área poligonal de 1.056 hectares e protege resquícios da mata atlântica e preserva o rio Cocó e suas margens. O primeiro decreto de proteção da reserva data de 1986, na gestão do ex-governador Tasso Jereissati, que criou a Área de Proteção do Vale do Cocó, com 700 hectares. Em 1989, ainda governador, ele ampliou a área para 1.046 hectares.
Os ex-governadores Ciro Gomes, em 1993 (1.155,2 hectares), e Cid Gomes, em 2008 (1.312 hectares), também assinaram documentos que definiam o espaço como de interesse social para fins de desapropriação. A retirada das construções irregulares, porém, nunca aconteceu.

O Rio Cocó faz parte da bacia dos rios do litoral leste cearense, tendo sua bacia hidrográfica uma área de aproximadamente 485 km², com um comprimento total do rio principal de cerca de 50 km . A preservação do ambiente natural da área de influência do Rio Cocó, sempre foi o objetivo de grupos da sociedade civil e de governos estaduais e municipais, principalmente seu trecho inserido no Município de Fortaleza. Proteger e conservar os recursos naturais existentes, de forma a recuperar e manter o equilíbrio ecológico necessário à preservação da biota terrestre e aquática e propiciar condições para atividades de educação, recreação, turismo ecológico e pesquisa científica.

O Rio Cocó nasce na vertente oriental da Serra da Aratanha e nos seus 50 km de percurso passa por três municípios, Pacatuba, Maracanaú e Fortaleza, para desaguar no Oceano Atlântico, nos limites das praias do Caça e Pesca e Sabiaguaba. A área do parque está inserida apenas no Município de Fortaleza e inclui as áreas de maior fragilidade do ponto de vista ambiental.