O deputado estadual André Fernandes (PSL) passou duas semanas para reconhecer o erro e, sem provas, curvou-se ao bom senso e, nesta quinta-feira, pediu desculpas ao colega Nezinho Farias (PDT) após acusá-lo de envolvimento com facções criminosas. A denúncia gerou desgastes à imagem dos parlamentares e do Legislativo, criou mal estar nos bastidores da Casa e deixou André sem ambiente para participar das sessões no Plenário 13 de Maio.

Após levantar a suspeição do suposto envolvimento de parlamentares com grupos criminosos, André Fernandes foi ao Ministério Público Estadual e, com papéis em mãos, protocolou um pedido de investigação sobre a presença do crime organizado na Assembleia Legislativa. O pedido encaminhado ao Ministério Público tinha o nome do deputado Nezinho Farias.

Cobrado pelos colegas de Parlamento a apesentar provas das acusações, André transferiu para o Ministério Público a responsabilidade pela investigação do caso e, nas redes sociais, transmitiu aos seus seguidores a convicção da denúncia que fizera. Disse, ainda, nessas mensagens, que não tinha motivos para pedir desculpas a Nezinho Farias, que não temia a perda do mandato por falta de decoro parlamentar porque a imunidade o protegia nos atos e nas ações do exercício do mandato.

Ao insistir nas insinuações e graves acusações, André Fernandes enfrentou duas representações interpostas pelo PSDB e pelo PDT junto à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa. Os dois partidos pediram apuração da denúncia. A abertura de um processo disciplinar estava a caminho e André ficou ainda mais fragilizado com a decisão do Ministério Público Estadual arquivar, por inconsistência, a denúncia contra Nezinho Farias.

André não quis correr o risco de receber uma punição por ferir o decoro parlamentar (código que disciplina o comportamento e a postura de quem exerce o mandato legislativo) e, ao se dirigir a Nezinho, no Plenário 13 de Maio, o pediu desculpas, tentando, assim, amenizar os danos que poderia sofrer com uma eventual censura ao mandato imposta pelo Conselho de Ética.

O pedido de desculpas representa o reconhecimento de um erro, é um gesto nobre e um ensinamento para quem cometeu um deslize e precisa reconstruir o caminho mais correto para conviver com os colegas de uma Casa Legislativa. Caberá à Mesa Diretora e ao Conselho de Ética da Assembleia Legislativa definirem o destino das duas representações apresentadas pelo PSDB e pelo PDT.

Alvo da denúncia, Nezinho Farias foi cortês, aceitou o pedido de desculpas e aconselhou André Fernandes a agir com mais prudência e não repetir o erro da denúncia que tanto desgaste gerou à imagem do Legislativo. E, assim, o ambiente no Plenário e nos corredores da Assembleia Legislativa fica menos tenso e mais civilizado.

Confira o vídeo com pedido de desculpas:

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