O presidente Michel Temer decidiu repetir a estratégia utilizada na nomeação do jurista Admar Gonzaga como sucessor do ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Henrique Neves e, segundo interlocutores do Planalto, vai antecipar a escolha do advogado Tarcísio Vieira de Carvalho Neto para a vaga da ministra Luciana Lóssio, cujo mandato terminará no dia 5 de maio.

Temer e Tarcísio tiveram um rápido encontro na quinta-feira (13) no gabinete do presidente no Palácio do Planalto e, segundo relatos, foi algo protocolar. Tarcísio não conhecia pessoalmente Temer e a ocasião serviu para uma “apresentação formal”.

As modificações na Corte eleitoral acontecem em meio ao julgamento do processo que pede a cassação da chapa formada por Dilma Rousseff e Michel Temer na eleição de 2014. Como cabe ao presidente a escolha dos membros do TSE, Temer foi aconselhado a manter o fundamento da escolha de Admar, respeitar o primeiro nome da lista tríplice e antecipar a nomeação para evitar especulações de interferência no processo no qual ele é uma das partes.

Tarcísio Vieira encabeça a relação por ser atualmente o primeiro ministro substituto do TSE entre os indicados para a vaga de juristas. A indicação pode acontecer já na semana que vem. Os outros indicados da lista tríplice eram o jurista Sergio Silveira Banhos e o advogado Carlos Bastide Horbach.

Com as mudanças feitas por Temer, a continuidade do julgamento será feita por uma composição diferente do dia 4 de abril, quando os ministros decidiram reabrir a fase de coleta de provas e concederam prazo de cinco dias para as alegações finais das partes, depois da conclusão das oitivas. O ministro Herman Benjamin, relator da ação no TSE, decidiu remarcar para o dia 24 deste mês os depoimentos do marqueteiro João Santana, da empresária Monica Moura e do funcionário do casal, André Santana. Com isso, o julgamento só deve ser retomado em maio.

Apesar de a estratégia do presidente de antecipar a escolha tenha como objetivo evitar especulações de interferência no processo, dentro do Planalto e na Corte eleitoral, há entre alguns auxiliares a percepção de que o ministro deve considerar a estabilidade política do país em seu voto.

Com informações O Estado de São Paulo