A Tuberculose, doença diretamente relacionada às condições socioeconômicas da população, registrou aumento em todo o Brasil. O mais grave é, no entanto, o número de infecções multirresistentes – que não respondem aos dois principais medicamentos. Esse número triplicou em uma década, alcançando 1, 1 milhões de pessoas.

Especialistas justificam esse crescimento pela crise econômica que atingiu o país nos últimos anos, o que teria diminuído os investimentos no sistema de saúde e piorado a vida da população em aspectos que contribuem para a infecção, como moradias inadequadas e sem circulação de ar.

No Ceará, segundo o último Boletim Epidemiológico divulgado em março deste ano, os casos de tuberculose ocorrem em quase todo o território, mas os municípios com as maiores incidências da doença são: Sobral 76,5 por 100 mil habitantes (155 casos); Fortaleza 65,5 (1.672 casos); Caucaia 59,6 (210 casos) e Juazeiro do Norte 47,2 (110 casos).

Segundo o boletim, o número preocupa. Em um intervalo de 10 anos, de 2008 a 2018, houve uma diminuição das notificações médicas registradas por meio da Atenção Primária a Saúde (APS). Em 2008, o índice correspondia a 90% dos casos identificados, já em 2018, o número caiu para  75,8% das notificações.

Metas:

O Ministério da Saúde (MS) lançou, em 2017, o Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública no Brasil, que traçou estratégias com o objetivo de acabar com a tuberculose como problema de saúde pública no país até o ano de 2035. As duas principais metas são: reduzir o coeficiente de incidência para menos de 10 casos por 100 mil habitantes; e reduzir o coeficiente de mortalidade por tuberculose para menos de 1 óbito por 100 mil habitantes.