O segundo dia de desfile das escolas de samba de São Paulo teve beleza, luxo e muitos problemas. A escola Rosas de Ouro encerrou os desfiles do grupo especial do carnaval na manhã deste domingo (26) embalada por seu enredo sobre a importância dos banquetes para o convívio das pessoas, com direito até a participação de sua presidente vestida de noiva em um dos carros — ela havia casado poucos antes em plena avenida. A escola da Zona Norte da capital paulista não teve problemas após o grande atraso da anterior e encerrou sua participação com todos os 65 minutos que teve direito.

Com 2,8 mil componentes em 20 alas e cinco alegorias, a Rosas de Ouro contou a história dos banquetes na humanidade, desde os deuses do Egito Antigo e de Roma, até as reuniões religiosas e comemorações modernas. O enredo foi chamado de “Convivium — Sente-se à mesa e saboreie”.

Sete vezes campeã do carnaval paulista, a escola tenta melhorar seu desempenho em relação a 2016, quando ficou na décima primeira colocação. A comissão de frente, o carro de abre-alas e o primeiro casal da escola retrataram a antiga lenda do deus egípcio Osíris, que foi traído por Seth em um banquete e trazido de volta à vida pela esposa, Ísis.

Mesmo assim, a ideia da agremiação era mostrar a importância dos momentos em que as pessoas se sentam à mesa para o convívio social. Tanto que a bateria, com seus 275 ritmistas, usava fantasias de chefs. Ela foi acompanhada de sua rainha, a atriz Ellen Roche.

No quarto carro da escola, a presidente Angelina Basílio não precisou de fantasia para ser a noiva do bolo. Ela se casou com o noivo, Sérgio Correia Ferreira, pouco antes do desfile na avenida, e usou seu próprio vestido.

O quinto e último carro, sobre cozinhar com amor, contou com a participação de chefs com síndrome de Down, além de uma homenagem ao ambulante Luis Carlos Ruas, morto em dezembro de 2016 após tentar defender um morador de rua homossexual.

 

Nenê de Vila Matilde se diz prejudicada

 

Um vazamento de óleo em um dos carros da Vai-Vai deixou o piso do Sambódromo do Anhembi, na Zona Norte de São Paulo, molhado e escorregadio na madrugada deste domingo (26). O problema atrasou o início do desfile da Nenê de Vila Matilde, a penúltima prevista para se apresentar na segunda noite do carnaval paulistano.

Manteiga, presidente da Nenê, disse que a Liga das Escolas de Samba precisava dar condições de igualdade para a agremiação. Ele afirmou que a pista seguia escorregadia, apesar de equipes da Prefeitura terem lavado e passado rodo.

Paulo Sérgio Ferreira, presidente da Liga das Escolas de Samba, pediu compreensão do público, que vaiou e reclamou da demora. Ele disse que o esquenta da Nenê seria aberto rapidamente. Após muita conversa, às 5h15, mais de 40 minutos após o fim do desfile da Vai-Vai, o esquenta da Nenê começou. “Vamos desfilar”, disse Manteiga. Ele assinou um termo concordando com as condições da pista.

Fonte – G1